Há exatamente um mês, esta coluna ponderou os valores que envolveram a renovação entre Crefisa e Palmeiras. A questão era que, com os excessos financeiros, a empresa estaria supervalorizando a exposição no futebol.
Nesta semana, uma entrevista ao colega Jorge Nicola, do Yahoo Esportes, deixou claro como o interesse da empresa é estritamente pessoal. José Roberto Lamacchia soltou respostas que fazem lamentar qualquer um que tenha trabalhado para fazer com que esse mercado cresça de maneira saudável e sustentável.
A frase-chave está no modo como o executivo vê a recuperação do dinheiro investido. “O retorno está na satisfação de ir aos jogos e ver o Palmeiras bem. Eu nunca perdi um jogo do Palmeiras como mandante”. Completado por “Tudo o que eu fiz até agora é porque gosto do Palmeiras. Mesmo sem reciprocidade, vou continuar fazendo”.
Ressaltar a má prática não é, de maneira nenhuma, diminuir o Palmeiras. Mas ela é necessária para apontar um desequilíbrio em um mercado imaturo e que tenta crescer em meio a uma forte crise econômica. Os mecenas do esporte inflacionam o segmento e pouco fazem pelo seu desenvolvimento. No fim, todos sofrem, em especial o time momentaneamente favorecido.
Foi assim, por exemplo, com a Hypermarcas no rival Corinthians, com um aporte com pouco planejamento, cifras milionárias e retorno questionável. Tem time no Brasil que até hoje não tem aporte máster graças a inflação artificial provocada pelo grupo.
Se esse mercado quiser ter respeito dos investidores, ele precisa excluir com urgência aquele que publicamente se diz desinteressado em ter retorno.