A Wada (Agência Mundial Antidoping) se pronunciou a respeito de novas denúncias feitas pelo canal ARD, da Alemanha, sobre o doping no atletismo russo.
“Em um momento em que a confiança no esporte está abalada, esses fatos preocupantes não reforçam a confiança no sistema antidoping russo quando os atletas limpos mais precisam. As denúncias sugerem que ainda há muito trabalho a ser feito na Rússia. E que é necessário a cooperação plena e inabalável das autoridades russas para reverter os danos. Até que isso aconteça, os atletas limpos não irão confiar que haja igualdade de condições”, afirmou Craig Reddie, presidente da Wada.
Por conta da morosidade na luta contra o doping, o atletismo russo foi suspenso das competições internacionais e corre o risco de não competir nos Jogos do Rio de Janeiro-2016.
Segundo a nova reportagem da ARD, que já havia denunciado o problema há dois anos, treinadores suspensos continuam trabalhando. O documentário denuncia que Vladimir Mokhnev, treinador suspenso, dirige um grupo de atletas em Gupkin, próximo à fronteira com a Ucrânia. Documentos do Campeonato Russo indoor de atletismo mencionam oficialmente Mokhnev como técnico de alguns atletas.
Outro treinador, Juri Gordejev, oferece a um informante, que se identifica como atleta, substâncias proibidas.
Em outra gravação, um atleta e a nova chefe da agência russa antidoping, Julia Anzeliowitsch, combinam uma data para entregar uma amostra para os controles, contrariando uma regra básica que prevê que o competidor não pode ser avisado antecipadamente quando passará pelo exame.
Outra denúncia fala sobre a morte do ex-diretor da agência antidoping da Rússia, Nikita Kamayev. O dirigente estaria escrevendo um livro denunciando todo o sistema. “A causa oficial da morte é falha cardíaca, mas nem todos acreditam que foi uma morte natural”, afirma a emissora.
Com as novas denúncias, é cada vez menos provável que a Rússia consiga cumprir as exigências da Wada para que possa voltar a participar de competições internacionais.
“Quando os agentes esportivos oferecem substâncias proibidas aos atletas, avisam previamente a data de testes ou continuam treinando quando estão proibidos, só mostram que o sistema está minado globalmente. Essas denúncias enojam ainda mais os atletas limpos de todo o mundo e reforçam em suas mentes que ainda há muito trabalho a ser feito para corrigir o sistema de antidoping na Rússia”, afirmou Reedie.