Maria Sharapova é, há alguns anos, a grande atleta mulher do esporte mundial. A união de beleza e extremo talento, com uma gestão profissional de sua imagem, a transformou em celebridade, adorada por fãs e grandes marcas. Na segunda-feira, a tenista fez uma declaração que deve colocar suas conquistas fora de quadra à prova.
A russa de 28 anos convocou uma coletiva de imprensa para anunciar que foi pega no exame antidoping durante o Australian Open pelo uso de meldonium, substância incluída no início deste ano na lista de substâncias ilícitas no esporte.
O evento, transmitido online no site oficial da atleta, resumiu o cuidado de Sharapova. A coletiva de imprensa não teve patrocinadores expostos, foi curta e direta. “Assumo total responsabilidade por isso”, afirmou. “Deixei meus fãs decepcionados, eu deixei meu esporte decepcionado”, completou.
O caso não é simples. A droga está na lista de substâncias não específicas, o que implica uma punição maior. Em caso de condenação, Sharapova está sujeita a uma pena de mais de quatro anos.
“O meldonium melhora a atividade do músculo cardíaco. Dá um rendimento maior ao músculo. Ele entrou na lista em 2015 como observação. Diante da evidência de que era usada para melhorar a performance de atletas, entrou neste ano como droga proibida”, contou à Máquina do Esporte Eduardo de Rose, gerente geral de Serviços de Controle de Doping dos Jogos do Rio-2016.
A russa afirmou que não deverá se aposentar e que não sabia da inclusão da substância na lista de antidoping.
Agora, Sharapova e parceiros devem esperar as medidas futuras. A tenista já não vive um grande momento na carreira, mas ainda está presente entre as dez melhores do mundo no ranking da WTA.
E ainda é uma mina de ouro no marketing esportivo. Marcas como Avon, Porsche e Nike fazem parte do portfólio da atleta. Segundo a revista Forbes, Sharapova faturou US$ 23 milhões em patrocínios somente em 2015, ano em que ela novamente foi a mais bem paga do mundo.
Apesar do zelo tomado por Sharapova, é comum no mercado que patrocinadores coloquem cláusula em contrato que permita o rompimento em caso de doping. O caso recente mais extremo foi de Lance Armstrong, que perdeu seus parceiros após o escândalo que envolveu seu nome. Agora, a russa terá que administrar sua situação com as empresas que a apoiam.