A marca de material esportivo Cambs surgiu para ser uma empresa voltada ao basquete, mas hoje abrange diversas modalidades, entre elas o futebol. E é no esporte mais popular do país em que está o maior desafio da empresa. Com duas equipes atualmente, o Uberlândia e o Audax, a companhia quer aprender a se fixar nos gramados brasileiros.
Segundo o diretor da Cambs, Luís Cambraia, a empresa vive atualmente um período de aprendizagem com o futebol, em uma escola que não deverá ter formados antes de 2014. A ideia é fugir da concorrência pelo mercado atual apostando em projetos locais e sociais, caso da equipe de Minas Gerais e dos dois times geridos pelo Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Para Cambraia, estar no Audax é uma oportunidade de fazer esse novo caminho com um parceiro que esteja no mesmo ritmo, considerando se tratar de uma equipe focada na formação de atletas. “Esse trabalho gradativo feito pelo time se encaixa com que a Cambs pretende, se encaixa com esse momento de aprendizagem da empresa”, afirmou.
Ex-atleta de basquete, Luís Cambraia explicita à Máquina do Esporte o desejo de não fazer parcerias apenas comerciais, mas focar no lado social que projetos esportivos podem apresentar. A ideia é priorizar “projetos que façam a diferença na vida dessas pessoas, com a preocupação em contribuir nas suas formações”.
Leia a entrevista na íntegra:
Máquina do Esporte: Como a Cambs surgiu?
Luís Cambraia: A marca foi criada em 2002. Eu fui atleta profissional de basquete e, naquele ano, já estava pensando em um plano de carreira para quando eu parasse de jogar. O foco era em produtos esportivos, mas na época ainda era só uma marca com toda a produção terceirizada. Em 2007, quando eu parei de jogar, foi quando a empresa começou a crescer mais. Primeiro o foco era no basquete, mas depois passamos para outras modalidades, como o vôlei, o futsal e o handebol. Agora, estamos começando com o futebol, com o Uberlândia e o Audax.
ME: A Cambas tem uma meta de times de futebol para os próximos anos?
LC: Não, não temos definido um número de equipes. O foco agora está no Audax e no Uberlândia, para que a gente possa se desenvolver em conjunto e possa aprender mais a estar no futebol. Temos pensado também nos esportes olímpicos, em função dos Jogos de 2016 no Brasil, vislumbrando as novas oportunidades que surgirão.
ME: Como é a parceria com o Audax, que foi assinada recentemente?
LC: Uma coisa que nos interessa é a formação de atletas, a preocupação com as pessoas que o projeto do Pão de Açúcar tem. Existe uma preocupação com o futuro profissional daqueles jovens, independentemente se for no futebol ou em qualquer outra área. Então eles estudam, aprendem inglês e têm uma formação como pessoa. O Audax é um projeto bacana, com ações para que os garotos tenham oportunidades. Esse trabalho gradativo feito pelo time se encaixa com que a Cambs pretende, se encaixa com esse momento de aprendizagem da empresa.
ME: Quanto aos Jogos Olímpicos de 2016, como aproveitar esse momento?
LC: Entendemos que a demanda por produtos esportivos irá crescer, e nós já sentimos isso. E com atletas patrocinados, a marca pode ser exposta de diversos modos, em diversas modalidades. Nós fizemos em 2011 as camisas para a São Silvestre e já fomos procurados por empresas e atletas interessados; tivemos um bom resultado. E fazemos parcerias com clubes como o Minas, que tem projetos esportivos muito sólidos. Fazemos essas parcerias com o foco na formação do atleta.
ME: A Cambs também está ampliando a parceria com o Pinheiros?
LC: Estamos conversando para ter o handebol masculino e toda a base do handebol. O Handebol é uma modalidade em crescimento e é um dos esportes mais praticados em escolas. Queremos também o basquete do Pinheiros. No NBB, já temos quatro equipes: Bauru, Paulistano, Minas e Cetaf.
ME: No futebol, as grandes marcas estão com um interesse maior no Brasil. Pensando em concorrência, a Copa do Mundo de 2014 atrapalha?
LC: Nesse momento, não. Não atrapalha porque não temos planos de abraçar grandes equipes ou ampliar o número de times. Queremos equipes regionais, como o Uberlândia, ou projetos como o Audax. Depois desse período de aprendizagem, poderemos pensar na ampliação, mas isso seria só depois da Copa do Mundo no Brasil.
ME: Quanto que a empresa tem crescido?
LC: Desde 2007, quando parei de jogar e me dediquei exclusivamente à Cambs, tivemos um crescimento expressivo. No faturamento, o crescimento foi de 850%.
ME: E quais serão os próximos passos?
LC: Algo importante é o foco nas parcerias com projetos sólidos, projetos que se preocupem com o atleta como pessoa. Não só com a contribuição no esporte, mas com projetos que façam a diferença na vida dessas pessoas, com a preocupação em contribuir nas suas formações.