Clube com melhor desempenho econômico em 2015, segundo relatório do Itaú BBA, o Flamengo espera melhorar a arrecadação do clube neste ano após maio, quando tem início o Campeonato Brasileiro. No ano passado, o clube carioca arrecadou R$ 305 milhões e teve lucro de R$ 115 milhões, o melhor entre os 12 clubes grandes avaliados pelo banco.
“No momento estamos com o patrocínio de Adidas [fornecedora de material esportivo] e Caixa [patrocinador máster]. O Carioca atrapalhou um pouco fechar novos contratos. A crise econômica atrapalhou muito mais. Esperamos que com a maior exposição do Campeonato Brasileiro isso possa melhorar”, prevê Claudio Pracownik, vice-presidente de finanças do clube, em entrevista à Máquina do Esporte.
Sem o Maracanã e o Engenhão, ambos cedidos ao comitê organizador dos Jogos do Rio-2016, o Flamengo terá uma dificuldade a mais de arrecadação: a falta de um estádio para mandar seus jogos. “Uma das alternativas é mandar jogos em Brasília, que é nosso segundo Estado com maior número de sócios-torcedores”, conta.
Segundo o dirigente, o superávit do ano passado foi utilizado integralmente para cobrir dívidas. “Você tem um bom resultado no ano, mas tem um prejuízo acumulado. Hoje, nossa dívida está estimada em cerca de R$ 450 milhões”, conta Pracownik.
De acordo com o vice de finanças, quando o grupo do presidente Eduardo Bandeira de Mello chegou ao poder, esse montante era de R$ 750 milhões. “Pagamos o principal da dívida e os juros dela.”
Para Pracownik, o apoio da torcida foi essencial para colocar o clube em solvência. No entanto, lembra que a pressão recrudesceu a partir do segundo e terceiro anos de mandato, por conta da ausência de títulos expressivos. Ira que foi aplacada com o título da Copa do Brasil de 2013, conquistado após vitória sobre o Atlético-PR.
“O mais importante hoje em dia é que a gente tem uma receita bem próxima das parcelas da dívida. Com isso, o nível de endividamento caiu muito. A gente paga muita dívida, mas é uma despesa já prevista no orçamento”, diz o dirigente.
Em outubro, o Flamengo anunciou adesão ao Profut, projeto de lei do governo federal, assinado pela presidente Dilma Roussef, de refinanciamento da dívida dos clubes de futebol. Pelo Profut, clubes, federações e confederações terão 20 anos para quitar seus débitos com o governo, garantindo contrapartidas, como restrição a oito anos de mandato para presidentes e regularização de ações trabalhistas e tributárias federais vencidas após a publicação da lei.