A ex-médica da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Renata Castro, declarou em depoimento que existiram irregularidades no antidoping dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. As informações foram dadas ao delegado que investiga o caso de doping da nadadora Rebeca Gusmão. Durante depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública do Rio de Janeiro, a profissional acusou ainda o médico Eduardo de Rose de perseguição à atleta. Para o delegado do caso, Marcos Cipriano, a médica apresentou provas que indicam falhas no sistema de coleta de amostras dos Jogos. Um exemplo foi que o exame de Rebeca foi realizado em um laboratório não credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Outro ponto levantado é que a amostra analisada continha a identificação da atleta, enquanto o Código Mundial de Antidoping exige apenas a numeração, como forma de preservar a identidade de quem está no exame. Para esclarecer o caso, o delegado solicitou o exame de DNA da médica e de todos os que estavam presentes nos exames antidoping realizados entre os dias 12 e 18 de junho. Com isso, Cipriano espera identificar de quem era a urina atribuída à Rebeca Gusmão. No início de novembro, a nadadora foi flagrada no exame antidoping com alto índice de testosterona e está suspensa preventivamente desde então. A situação da atleta se complicou quando ficou comprovado que a amostra de urina que deveria ser da atleta, coletada durante o Pan, era na verdade de outra pessoa.