Ter 60% dos clubes de futebol da Série A do Campeonato Brasileiro bancados por apenas duas empresas, e ainda por cima estatais, mostra o quanto o futebol por aqui ainda não é um negócio que está inserido na indústria do entretenimento.
Clubes e empresas ainda enxergam o patrocínio no futebol sob a ótica da exposição de marca. Isso é evidente quando constatamos que, entre os 12 clubes mais populares do país, apenas um tem patrocínio máster de empresa privada. E, até aí, de uma marca que é mais um mecenas do que propriamente um patrocinador que tomou uma decisão racional de investimento no esporte.
Os outros clubes ou estão com um patrocinador estatal, ou estão sem qualquer marca exposta na camisa.
Está muito caro investir num clube de futebol. Pelo menos sob a ótica que sempre balizou o mercado. Para ter a exposição de marca que o time gera, é muito caro o valor oferecido. Além de, com a fragmentação do consumo da mídia, estar cada vez mais difícil ter o alto retorno de exposição de marca do passado.
Os clubes inflacionaram seus valores nos últimos anos tão e somente por conta da euforia econômica do Brasil pré-Copa, pré-sal e pré-crise.
Hoje, com o cenário político-econômico em frangalhos, as marcas estão pensando muito mais antes de agir. E, quando era a hora de o futebol ser o porto seguro para um investimento de massa e alto engajamento do público, ele perde espaço para a propaganda tradicional.
O negócio do futebol é engajar o público como ninguém. Exposição de marca deveria ser só o bônus.