A MRV Engenharia anunciou nesta semana dois patrocínios no futebol. A empresa estampará a sua marca nos uniformes do Atlético Mineiro e no Sport. A investida da empresa acontece após três anos de afastamento dos gramados brasileiros. A última investida foi no Vasco, quando a equipe carioca foi rebaixada à Série B do Campeonato Brasileiro.
Em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte, o diretor de marketing da MRV, Rodrigo Resende, explicou que o momento ruim no Rio de Janeiro foi lamentado na empresa, mas não foi o fator decisivo para a saída no futebol. “Fizemos investimentos comerciais, até para aproveitar o que havia sido feito, com a valorização da marca”, afirmou.
Se nos últimos anos não houve verba para o futebol, a MRV faz questão de ressaltar que a política para o esporte está focada em oportunidades de mercado que aparecem. Esse foi caso do piloto Bruno Senna, suporte sem precedentes na empresa. Colocado na Willians em 2012, a empresa aposta no apelo popular do piloto, sobrinho de Ayrton.
Como foco no público da classe C, a MRV aposta na capacidade da Fórmula 1 em produzir ídolos, como Ayrton Senna é para os brasileiros até hoje. “A imagem do piloto reflete no nosso cliente. Ele é jovem, lutador, e isso faz sentido para a empresa”, afirmou Resende.
Leia a entrevista na íntegra:
Máquina do Esporte: Depois desses anos fora, por que voltar agora ao Atlético Mineiro?
Rodrigo Resende: Foi uma oportunidade que nós enxergamos nos esporte; Nós já tínhamos um vínculo forte com o Atlético Mineiro, com uma relação muito boa com algumas pessoas da antiga diretoria que retornaram agora. Para nós, o Atlético Mineiro representa uma vitrine enorme, com grande exposição. Na primeira vez em que estivemos com o clube, nós tivemos uma projeção que nunca tínhamos tido. Foi uma grande descoberta na época: o que o esporte pode fazer com uma marca.
ME: E o que mudou daquele contrato para esse? Há ativações diferentes?
RR: Nós vamos fazer parte do programa de sócio-torcedor do Atlético. Estaremos envolvidos no projeto e queremos entrar já com um sorteio de um apartamento no fim do ano para quem se associar ao clube.
ME: Desde o Vasco que a MRV estava afastada do futebol. Aquela não foi uma boa experiência?
RR: Patrocinamos o Vasco por um ano. E foi um ano difícil, com troca de diretoria e um ambiente que ficou conturbado. Nós entramos no meio dessa troca. O Vasco tinha um bom time, apostávamos que seria um time para ficar no meio da tabela. Mas não foi o que aconteceu. Acho que o clima da diretoria teve influência no time e no rebaixamento. Ainda assim, o Vasco nos deu uma projeção no Rio de Janeiro que não tínhamos antes, o que era o objetivo.
ME: Mas o período fora do futebol teve relação com o que aconteceu com o Vasco?
RR: Não. Esse tempo foi simplesmente para recolocar a verba em necessidades daquele momento. Fizemos investimentos comerciais, até para aproveitar o que havia sido feito, com a valorização da marca.
ME: Como surgiu o interesse no patrocínio ao Bruno Senna?
RR: O Bruno foi uma grande surpresa. Este será o primeiro grande ano dele na Fórmula 1. Ano passado, ele fez meia temporada na Lotus, antes tinha corrido por uma equipe pequena, a Hispania. Mas neste ano começa de fato a carreira dele na Fórmula 1, em uma equipe tradicional. E, para aproveitar isso, faremos campanha para ele se mostrar nessa condição, em uma estratégia para valorizar algumas de suas características. Ele é um piloto carismático, contagioso.
ME: O que a MRV busca na imagem do Bruno Senna?
RR: Queremos associar a imagem da marca ao Bruno. A imagem do piloto reflete no nosso cliente. Ele é jovem, lutador, e isso faz sentido para a empresa.
ME: O público do MRV tem um menor poder aquisitivo. Isso se encaixa na Fórmula 1?
RR: O esporte não tem classe social. No futebol, isso fica muito claro. Com a Fórmula 1, o Ayrton Senna mudou a realidade da Fórmula 1 no Brasil. A modalidade deixou de ser um esporte elitizado para ter grande apelo popular. É claro que a Fórmula 1 não é um esporte que o povo possa participar. Nem o povo e nem quem tem mais dinheiro pode praticá-la no fim de semana. Na verdade, ela é um show, um grande evento.
ME: Quais são os planos futuros da MRV no esporte?
RR: É difícil prever o futuro da empresa no esporte. Mas nós já temos um passado de trabalho, temos um presente e certamente estaremos no esporte no futuro. Mas é difícil dizer o quanto ou como. O Bruno Senna, por exemplo, foi uma oportunidade. E nós sempre estaremos atentos às oportunidades que surgirem no esporte. A emoção toca as pessoas, e o esporte é o diferencial para criar essa situação e fazer esse movimento que gera valor à sua marca.