A estratégia do presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, de colocar a torcida do clube contra a WTorre, dona do Allianz Parque, revela o entrave que existe ainda hoje no futebol e que atrapalha, e muito, maior crescimento dele como negócio.
Tanto Palmeiras quanto WTorre não são santos nessa história. Existe uma briga judicial entre as partes sobre a exploração comercial de cadeiras em parte do estádio e que, desde antes da inauguração do espaço, atrapalha a relação entre as duas partes e gera prejuízo aos dois.
A partir do instante em que os dois lados não cederam e foram à Justiça para entender quem tem direito a vender um setor de 10 mil lugares, Palmeiras e WTorre entraram numa briga para ver quem pode faturar mais com o local.
Agora, tivemos o fruto mais claro dessa disputa. A WTorre decidiu abrir mão de um jogo do clube para alugar o estádio a uma pré-estreia de filme. O clube, então, recorreu a seu maior bem para ganhar a queda de braço: jogar a torcida contra.
Ameaçar parceiros comerciais com a força da torcida é um dos maiores problemas que o futebol tem. Ao mesmo tempo que ele prova a força de marca que tem, ele assusta quem é de fora: “será que o mesmo tipo de comportamento será feito comigo em caso de alguma divergência?”.
Curiosamente, como agora a torcida foi colocada no meio do mimimi entre Palmeiras e WTorre, pode ser que finalmente o estádio palmeirense tenha o seu “Dia da Independência” para, finalmente, as duas partes verem que o melhor, para elas, é andar de braços dados na parceria.