Quando o Brasil ganhou a eleição para sede olímpica, havia vários legados possíveis a serem alcançados. Olimpíada é uma chance transformadora principalmente para países emergentes como o Brasil.
Uma das heranças possíveis viria em infraestrutura. Nesse quesito falhamos fragorosamente. Grandes obras prometidas para a Copa e Olimpíadas não saíram do papel. É o caso do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro ou a despoluição da Baía de Guanabara. O tão prometido metrô para a Barra só deve sair às vésperas dos Jogos e com operação parcial.
Outro legado seria tornar o Brasil uma pátria esportiva. Hoje o futebol monopoliza as atenções. É necessária a popularização de outras modalidades. Isso seria fundamental para tornar o país, no campo esportivo, uma potência, e na área saúde pública, uma nação de esportistas. Pesquisa do Ministério do Esporte, divulgada no ano passado, mostrou que 45,9% dos brasileiros são sedentários.
Vinculado a isso está a continuidade de projetos esportivos. O investimento na preparação do time Brasil para 2016 não pode se perder para o próximo ciclo olímpico. As ações com jovens, além de detectar talentos, criam uma cultura esportiva no país. Ao financiar o alto rendimento, o Brasil forja ídolos para crianças e jovens se espelharem.
Soa preocupante que o Ministério do Esporte, de uma canetada, cancele projetos que já haviam sido aprovados. É uma justificativa esquizofrênica a pasta afirmar que isso não interfere na preparação olímpica. Para um atleta, como será que é finalizar preparação sem saber como será sua vida a partir de setembro?