Problemas na Justiça e uma crise técnica dentro de campo são os componentes que agravam a crise de imagem na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). E, ao que tudo indica, a entidade recorre ao mesmo expediente que foi tomado em 2001, quando Luiz Felipe Scolari assumiu pela primeira vez o comando do time nacional e tirou a CBF de uma grave crise.
Após 3h de reunião, a CBF e o técnico Tite ainda não chegaram a uma definição sobre se ele vai ou não comandar o time nacional. Ainda não foi informado se há um prazo para a resposta do treinador do Corinthians, apontado pela opinião pública como um dos nomes ideais para a seleção.
O roteiro é muito parecido com o que viveu a CBF em 2001, quando Luiz Felipe Scolari foi chamado após o fiasco de Emerson Leão na Copa das Confederações. O Brasil estava ameaçado de não ir para a Copa do Mundo de 2002 e Felipão era o nome da opinião pública. Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, investigado por duas CPIs, recorreu ao treinador, que teve total autonomia e levou o Brasil ao título mundial.
Agora, Tite é o treinador que dá à CBF a garantia de auxiliar no processo de mudança de imagem da entidade, clamor da mídia e de parte da torcida desde o 7 a 1 aplicado pela Alemanha em 2014.
O treinador mais vitorioso do país nesta década é a maior resposta que a entidade dá desde a prisão de José Maria Marin, antigo vice-presidente da entidade.
Paralelamente, a CBF tem feito uso de uma consultoria da EY para reformular a gestão da entidade. Marco Polo Del Nero já não centraliza todas as decisões, apesar de ter sido ele quem teve a conversa com Tite na noite de terça-feira, que terminou com o técnico indo embora de helicóptero para São Paulo quase à 0h.
A partir da contratação do novo treinador, a CBF espera que os resultados dentro de campo tirem o foco sobre as mudanças que têm ocorrido na gestão da entidade.