O Revezamento da Tocha é uma grande demonstração de que sim, nós, brasileiros, somos capazes de fazer um evento realmente notável. São duas evidências claras: trata-se de uma enorme ação, que percorre todo o país, com logística extrema. A segunda, ele teve uma aderência encantadora, com um abraço popular que não pode ser ignorado.
Os números da tocha impressionam: serão 329 cidades com 12 mil condutores. E, mesmo em sua reta final, não houve até o momento nenhum instante em que a organização tenha realmente saído do planejado. Muito pelo contrário: pelos municípios, especialmente os menores, as pessoas se emocionam e tem demonstrado as reações mais espontâneas (e engraçadas) possíveis.
Pude presenciar parte desse processo, em Vila Velha, no Espírito Santo, onde vi a empolgação de crianças frente a um objeto sagrado do esporte. E vi também conhecidos marmanjos que reagiram com o mesmo entusiasmo.
Por toda essa alegria que a Tocha tem carregado e por toda a simbologia que foi sua passagem pelo Brasil, resta apenas as mais sinceras lamentações com as críticas. Todos, claro, têm direito de expressá-las, mas seria mais construtivo se os principais argumentos não fossem tão mesquinhos, daqueles que acham que democratizar um tão poderoso signo é algum tipo de menosprezo a uma determinada categoria.
Olhar para o Rio, hoje, assusta um tanto: como serão os Jogos em um Estado falido? Mas se há alguma luz que ilumine nossa capacidade de sucesso, ela está sobre a tocha.