A Aon ficará mais em evidência no Brasil em 2012 graças ao patrocínio realizado para o Manchester United, que será ativado com maior intensidade neste ano no país. A ideia é ampliar as ações globais e reforçar a marca como parceira do time inglês. Esse, no entanto, não será o único plano da seguradora com o esporte.
No início de fevereiro, a Aon do Brasil anunciou que dará suporte à velejadora Adriana Kostiw. A ideia da empresa é optar por esportes que proporcionem boa oportunidade de relacionamento e que façam parte dos Jogos Olímpicos de 2016, como explicou o gerente de marketing da empresa no Brasil, Luís Felipe Barranco, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
O executivo mira esportes como vela, hipismo e até golfe, que estará incluído nos Jogos Olímpicos de 2016. “Temos um posicionamento atrelado a esportes do mesmo tipo, ligado a clientes e aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Nesses esportes, temos a exposição da marca, mas também uma oportunidade de criar um momento inesquecível”, afirmou.
Dessa maneira, a Aon deixa de lado o futebol no Brasil, pelo menos quando o Manchester United não estiver envolvido. Para a empresa, os resultados com o time inglês já são bastante satisfatórios. “Só com o Manchester no Brasil nós já temos um retorno de mídia estrondoso, mais do que muitos times no Brasil”, completou Barranco.
Leia a entrevista na íntegra:
Máquina do Esporte: O que a Aon pretende fazer no Brasil com o Manchester United?
Luis Felipe Barranco: A Aon patrocina o Manchester United desde 2010, com ativações que vão além da Inglaterra, com ações globais. Em 2012, nós queremos aumentar as ativações do patrocínio no Brasil. O foco no país tem uma razão, a aproximação da Copa do Mundo 2014, realizada no país. Isso já foi feito no último Mundial, com uma atenção maior à experiência de marca na África do Sul. Nós fizemos uma pesquisa grande no Brasil para que as ativações e a associação de marca fique mais claro.
ME: Qual é o foco dessas ativações?
LB: Nosso objetivo é que tudo o que for feito tenha um cunho social, com ações específicas para o auxílio de instituições. Além disso, faremos ações de relacionamento com clientes por meio desse patrocínio, seja assistir a jogos no Brasil ou para levá-los ao camarote do Manchester United. Planejamos também trazer a comissão técnica do time para dar palestras para convidados no Brasil.
ME: Desconsiderando a Copa do Mundo, porque o investimento maior no Brasil?
LB: Porque esse é um mercado crescente, com uma economia que evoluindo nos últimos anos. Mas o interesse também surge pela necessidade de fixar a marca da Aon no país, e, para isso, teremos esse patrocínio ativo. O que nós queremos é que o consumidor final entenda quem é a Aon. A empresa atende em 100% pessoas jurídicas, que passa o serviço para os seus funcionários. O consumidor final, o cliente, é de fato uma pessoa física, é esse funcionário. Então faremos ativações para agregar a marca ao Manchester United em 2012.
ME: Como quais ativações?
LB: Podemos fazer transmissões de jogos do Manchester United no Brasil em pontos específicos, em especial no Rio de Janeiro e em São Paulo, para reunir as pessoas e acompanhar as partidas. Temos pesquisas que indicam um grande interesse do público no Campeonato Inglês, e ainda tem a Liga dos Campeões em que o time chegou à final em 2011. Vamos fazer relacionamentos para que as pessoas conheçam melhor o campeonato. Também planejamos uma excursão no fim do ano com o time sub-17 do Manchester, além dos cursos com a comissão técnica. Isso somado às oportunidades que forem surgindo.
ME: É possível pensar em trazer o time profissional para o Brasil?
LB: É possível e nós queremos, mas não poderia ser imediatamente. O time tem agenda cheia, então não dá para pensar nisso antes de 2015.
ME: Esse tipo de ativação intensa, e nesse caso global, é raridade no Brasil. No marketing esportivo, os mercados de Reino Unido e Brasil ainda estão muito distantes?
LB: Acho que ainda temos muito o que aprender com o que é feito lá. Em 2011, pude acompanhar a final da Liga dos Campeões, entre Manchester United e Barcelona. Em Londres, eu pude ver ativações da Aon pela cidade inteira, algo que não se vê por aqui. Os patrocínios são pouco ativados para atingir os objetivos propostos. E nós temos que trazer isso, essa experiência, de fora.
ME: Além do Manchester, quais os outros focos com o esporte no Brasil?
LB: O patrocínio esportivo no Brasil começou com a Stock Car. Mas temos outros focos, e o último contrato foi com a Adriana Kostiw, a velejadora. Temos um posicionamento atrelado a esportes do mesmo tipo, ligado a clientes e aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Temos trabalhado também com golfe e tênis, que estarão presentes em 2016 e que nós podemos fazer relacionamento com clientes. Nesses esportes, temos a exposição da marca, mas também uma oportunidade de criar um momento inesquecível. Nós também estamos procurando algo no hipismo. Estamos fechados em esportes desse nível.
ME: Patrocínio em esportes de elite, então?
LB: Sim, essa é a ideia.
ME: Então, no futebol, posso supor que a Aon irá se limitar ao Manchester United no Brasil?
LB: A princípio, sim. Patrocinar o Manchester é patrocinar mais do que um time de futebol, é patrocinar uma instituição. E só com o Manchester no Brasil nós já temos um retorno de mídia estrondoso, mais do que muitos times no Brasil.
ME: Qual é o crescimento da Aon no Brasil?
LB: Temos um crescimento bem desenhado ao longo dos dez anos em que estamos no Brasil. Estamos com um crescimento médio de 20% ao ano. Às vezes mais, às vezes menos, mas temos um crescimento nivelado por cima. Para continuar com essa média, o marketing tem apostado em oportunidades com a Lei do Incentivo ao esporte e com a Lei Rouanet na parte de cultura. O mais importante agora é tornar a marca mais conhecida para o público.