Ao chegarmos no Rio de Janeiro para cobrir a primeira edição de uma Olimpíada na América do Sul, fica evidente que os Jogos podem servir para que o esporte seja visto com outros olhos em nosso país.
Se não for para a melhoria da performance de nossos atletas, os Jogos devem servir para ensinar ao mercado como é preciso se esforçar para ajudar o esporte a se desenvolver.
As Olimpíadas criam um engajamento único dos poderes público e privado em torno do evento. Basta andar pelo Rio para perceber isso.
As marcas fazem propaganda sobre os Jogos. No metrô, ex-atletas emprestam sua voz para falar sobre as estações e indicar locais de competição. Isso sem falar em toda a comunicação visual pela cidade…
Será que, com os Jogos, vamos entender que a função de anfitrião e patrocinadores de um evento é ajudar a fazer com que ele cresça na percepção do público? O mesmo Rio que abriga os Jogos é aquele que recebe o Rio Open de tênis uma vez por ano, com alguns dos melhores nomes do circuito mundial. Ou é o Rio que, semanalmente, tem um jogo de futebol de alto grau de interesse para o público em geral? Ou que tem um dos melhores times de vôlei do país na cidade? Ou arenas que estarão aptas a receber grandes eventos esportivos para o país?
Por muitos anos ficamos presos ao conceito de que a promoção do esporte deve ser feita só pela mídia. O maior interessado em fazer o evento acontecer é quem mais investe nele.
Os Jogos vão nos ensinar que, para o esporte crescer, toda a cadeia envolvida nele tem de estar engajada.