Todos os atletas russos devem ser banidos dos Jogos Paralímpicos do Rio, que serão em setembro. A decisão do CPI (Comitê Paralímpico Internacional), que deve ser anunciada neste domingo (dia 7), foi motivada pelos escândalos de doping no país e manda um duro recado ao COI (Comitê Olímpico Internacional) que não teve coragem de tomar decisão similar.
A punição acontece por conta da política sistemática de dopagem de atletas denunciada pelo relatório da comissão independente da Wada (Agência Mundial Antidoping), redigido por Richard McLaren, que estudou o caso.
“As conclusões de McLaren são uma séria preocupação para todos os que estão empenhados em limpar o esporte”, afirmou Philip Craven, presidente do CPI, no mês passado.
Após a divulgação do relatório, o CPI decidiu suspender provisoriamente o país. Os dirigentes ouviram as alegações do Comitê Paralímpico Russo na última quarta-feira, mas dificilmente a suspensão será revertida.
O relatório McLaren revelou uma política sistemática de dopagem de atletas ao longo dos últimos quatro anos, assim como o desaparecimento de 35 casos positivos em modalidades paralímpicas entre 2012 e 2015.
No caso da Olimpíada, o COI deixou nas mãos das federações internacionais de cada modalidade a decisão de suspender ou não o time russo. A decisão pioneira foi da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) que proibiu a Rússia de competir no Rio de Janeiro. O banimento foi seguido pelas federações de remo, levantamento de peso e canoagem.
Com isso, a delegação russa no Brasil será de apenas 271 atletas, a menor desde que o país passou a competir de forma independente, em Atlanta-1996.
Apesar da pressão do CPI para seguir a decisão do COI, o comitê paralímpico resolveu tomar uma decisão independente e mais rígida. Os dirigentes da Paralimpíada mantiveram contato com McLaren em busca de novas evidências e informações. De acordo com o relatório, o controle antidoping da Paralimpíada de Inverno de Sochi, em 2014, ficou comprometido após amostras positivas terem sido trocadas. Na ocasião, a Rússia liderou o quadro de medalhas conquistando 30 ouros, quase a metade das 72 comendas douradas distribuídas.