Há dois mundos distintos no atendimento ao público no Parque Olímpico: os voluntários e os contratados pelos patrocinadores em suas áreas de ativação. É a distância entre o trabalho “meia-boca” e profissionais treinados para provocar uma boa experiência ao torcedor.
Explica-se: apesar da simpatia e competência de alguns, houve uma série de situações desagradáveis com voluntários. Informações básicas equivocadas e, muito pior, inacreditáveis grosserias com turistas no Parque Olímpico foram vistas pelo colunista.
Por outro lado, são impressionantes o ânimo e a educação das pessoas que trabalham para patrocinadores no Parque. Na Samsung, o preparo no tour pela casa da marca é notável. No espaço da Coca-Cola, a animação dos funcionários para organizar a fila é contagiante. Músicas, piadas e as mais “infames” encenações contagiam a plateia. Na Nissan e no Bradesco, o nível permanece muito alto.
Se há uma diferença tão grande, é sinal de algo está conceitualmente errado nos Jogos Olímpicos. O investimento dos patrocinadores é para tornar a experiência de marca inesquecível e conseguir novas fidelizações. Por que, então, a organização dos Jogos não teve a mesma preocupação?
Parece claro que, para um atendimento de excelência, o programa de voluntários precisa ser revisto. Para começar, é difícil exigir profissionalismo de quem está lá de graça. O COI não é uma empresa filantrópica; ele é responsável pelo maior evento de entretenimento do mundo. Está na hora de aprender a cuidar de clientes como fazem seus parceiros.