A conferência de imprensa do Comitê Organizador do Rio 2016 nesta quarta-feira (dia 10) foi tensa diante da quantidade de problemas enfrentados pelos Jogos Olímpicos nos últimos dias.
Para amenizar o clima, tão ruim quanto o céu, que trouxe uma fina chuva durante todo o dia, os organizadores até escalaram a judoca Rafaela Silva, campeã olímpica no judô, para compor a mesa.
Nada disso adiantou. Tanto Mario Andrada, diretor executivo de Comunicações do Comitê Rio 2016, como Luiz Fernando Corrêa, diretor de segurança dos Jogos, tiveram que responder a perguntas constrangedoras sobre o ônibus de imprensa atingido por suposta bala perdida e a cor da água esverdeada no Parque Aquático Maria Lenk.
“Foi um incidente infeliz. Segundo um relatório preliminar, acreditamos que tenha sido uma pedra e não um tiro. Quanto a saber se ele foi jogado por alguém ou por qualquer outra coisa, não sabemos. Pedras atingiram a lataria e as janelas do ônibus. As vítimas e o veículo foram imediatamente retirados a área. Houve incidentes semelhantes antes desse. Foi feito um boletim de ocorrência e o fato está sendo investigado”, contou Corrêa, sobre o caso do ônibus..
O incidente aconteceu na terça-feira (dia 9), quando um grupo de 12 jornalistas retornava do Complexo Esportivo de Deodoro para o MPC (Centro Principal de Mídia) após o jogo entre Brasil e Belarus, pelo basquete feminino.
“É preocupante e intolerável. Sabemos que eram rochas ou pedras e lamentamos que alguns jornalistas tenham tido ferimentos leves devido aos estilhados [do vidro da janela do veículo]. Sabemos que estão todos bem”, afirmou Andrada.
“O motorista seguiu o protocolo e escoltou os jornalistas de volta ao MPC [Centro Principal de Mídia] onde a equipe forense examinou o ônibus”, acrescentou o responsável pela comunicação do comitê.
Outra crítica aos organizadores foi a falta de assistência médica aos atingidos. Um jornalista turco machucou o cotovelo e um bielo-russo teve leve ferimento no dedo.
“Se a assistência médica não foi a adequada, pedimos desculpas e iremos nos certificar de que isso não volte a acontecer. Você tem que entender que as primeiras ações do motorista aconteceram sob forte emoção. Se nós cometemos erros, vamos pedir desculpas a cada um dos jornalistas”, disse Andrada.
Maria Lenk – Os organizadores também tiveram que responder sobre a cor esverdeada da piscina de saltos ornamentais do Parque Aquático Maria Lenk. Segundo o comitê, houve mudança repentina no nível de alcalinidade da água, o que teria resultado na mudança do tom da água.
“O nível de PH está dentro do padrão exigido. Tratamos de ambas as piscinas no meio da noite e os níveis melhoraram. Esperamos que a cor esteja de volta ao azul em breve”, afirmou Andrada.
O dirigente, porém, criticou os responsáveis pela piscina do parque aquático.
“Os responsáveis deveriam ter feito um teste mais intenso durante o dia. Trouxemos uma equipe de peritos independentes para estudar o caso. Não há nenhum risco para os atletas. Os peritos independentes confirmaram isso”, comentou Andrada.