A seleção brasileira masculina de vôlei não era favorita, mesmo atuando em casa nos Jogos do Rio 2016. Muitos acreditavam que o time sequer subiria ao pódio. A tradição e o jogo compacto do time comandado pelo técnico Bernardinho trataram de escrever uma outra história no Maracanãzinho.
E, para que o resultado fosse coroado pela incontestável vitória por 3 sets a 0 contra a Itália, na final, disputada no domingo (dia 21), a experiência de Serginho foi essencial. O líbero, peça fundamental de liderança e motivação da equipe, se despediu da seleção brasileira aos 40 anos. Antes do jogo, foi o discurso de Serginho que incendiou os companheiros.
“Ele falou algo que foi fundamental. Disse que todos nós teríamos uma segunda chance. Ele não”, contou o oposto Wallace, maior pontuador da final, com 20 pontos.
Nesses anos todos com a equipe, Serginho tornou-se o maior medalhista de esportes coletivos da história do Brasil, com quatro pódios. O líbero integrou a equipe nacional nas campanhas douradas em Atenas 2004 e Rio 2016, além das pratas em Pequim 2008 e Londres 2012.
Ovacionado pelo público que lotou o Maracanãzinho e erguido em triunfo pelos colegas de equipe, Serginho colocou sua camisa no chão e pegou o microfone para anunciar sua despedida.
“Queria agradecer a cada um de vocês que estão aqui. Essa camisa que joguei aqui não vou dar para ninguém. Vou deixar no chão do Maracanãzinho. Façam o que quiserem com ela”, afirmou Serginho, sob aplausos da torcida.
O líbero foi um dos escolhidos para a seleção do campeonato, que também teve o levantador Bruninho, o oposto Wallace e o ponteiro Lucarelli. O time foi completado pelo ponta Russell (EUA) e os centrais Biarelli (Itália) e Volvich (Rússia).
“Só tenho que agradecer ao vôlei por me dar tantos amigos. Ganhei o primeiro ouro [em Atenas 2004] com Nalbert, Tande e Maurício. Agora ganhei outro”, festejou Serginho. “O melhor de tudo é agora voltar a ter uma vida normal e poder pegar meus filhos na escola”, acrescentou o jogador.