A falta de um produto de qualidade no futebol brasileiro é, há alguns anos, uma questão preocupante. Sem ela, fica mais difícil almejar um maior engajamento por parte de torcedores, seja no estádio, na televisão, nas lojas ou nas redes sociais.
Evidentemente, melhorar a gestão comercial de um clube é o caminho mais óbvio para que as receitas aumentem e, assim, os times possam ter mais força em campo. Mas o que tem acontecido com Corinthians e São Paulo, dois dos times que tinham o maior faturamento do Brasil há poucas temporadas, é destruidor de qualquer planejamento.
Em ambos os casos, o clima de “fim de feira” imposto no futebol é avassalador para o time e para o torcedor. O São Paulo, semifinalista da Libertadores, perdeu o principal jogador de cada setor da equipe. Até o técnico resolveu assumir outro compromisso.
Já o Corinthians campeão brasileiro conseguiu perder duas dezenas de atletas desde então, incluindo o treinador. Depois da debandada do fim do ano, mais uma série de jogadores saiu na janela do meio do ano.
Um clube de futebol não precisa de performance para ser um produto atrativo ao mercado, mas o que transparece falta de ambição na conquista desconstrói qualquer imagem esportiva. É impossível exigir das duas equipes boas exibições neste fim de ano. Certamente, é duro torcer para que isso aconteça.
Ser mais organizado em campo, mesmo que envolva elencos menos estrelados, deve ser prioridade para as duas equipes. O bom relacionamento com o torcedor depende disso.