O intervalo de duas semanas entre o fim dos Jogos Olímpicos e o início dos Paralímpicos foi suficiente para que o país voltasse seus olhos à competição que terá sua cerimônia de abertura na tarde desta quarta-feira, em meio ao feriado da independência brasileira.
Na reta final, as Paralimpíadas saíram de um evento sob risco de adiamento para se transformar num protagonista de última hora no Rio de Janeiro.
Em menos de 15 dias, os Jogos Paralímpicos venderam mais de 1,2 milhão de ingressos, atraíram novos patrocinadores e começaram a chamar a atenção da mídia nacional, mesmo com a volta à rotina do esporte brasileiro após o término dos Jogos Olímpicos do Rio.
O protagonismo assumido pelas Paralimpíadas livra o país de um vexame. Em 22 de agosto, apenas 8% dos 2,5 milhões de ingressos para o evento haviam sido vendidos, e o Rio 2016 precisou pedir ajuda ao governo do Rio para pegar um empréstimo e assegurar a realização dos Jogos sem precisar de um adiamento, hipótese que era cada vez mais considerada pelo Comitê Paralímpico Internacional.
A grande virada paralímpica foi, em parte, fruto do sucesso inesperado das Olimpíadas. A euforia do torcedor com o Rio 2016 foi usada pela organização para vender a ideia de que havia uma nova – e última – chance de o país viver a experiência de ir ao Parque Olímpico, de assistir a grandes competições de vários esportes, de torcer pelo país.
Mesmo com o Rio de volta à rotina, sem férias para concentrar as atenções no evento, as Paralimpíadas chegaram a mais de 60% dos ingressos vendidos.
Da mesma forma, marcas como Skol decidiram de última hora se associar ao evento e aproveitar a estrutura que já havia sido montada para os Jogos Olímpicos.
Na noite desta quarta-feira, o Maracanã lotado para a cerimônia de abertura das Paralímpiadas será uma espécie de resumo de duas características muito comuns do povo brasileiro. Somos capazes de fazer grandes festas, mas temos essa característica peculiar de não planejar e deixar tudo para fazer na última hora.