Durante todo o período de organização dos Jogos Olímpicos, o Rio 2016 fazia questão de ressaltar a não dependência de dinheiro público para a realização do evento. Os quase R$ 7 bilhões que financiaram toda a parte esportiva dos Jogos vieram da esfera privada, por meio de patrocínios e, também, dos produtos licenciados e dos ingressos.
Nas Paralimpíadas, porém, a história foi diferente. Com o risco de ter de reduzir significativamente o evento ou até mesmo adiá-lo, o mesmo Rio 2016 foi atrás de verba pública para assegurar a competição.
Em uma semana, levantou R$ 215 milhões com a prefeitura do Rio e patrocinadores estatais: Petrobras, Apex e Loterias Caixa. Isso mudou a forma como o próprio governo se relaciona com o evento. Se, nos Jogos Olímpicos, a prestação de continência dos atletas brasileiros no pódio era o sinal mais claro da presença estatal no esporte, agora a história é outra. Propaganda na TV e até mesmo participação com maior destaque nas Paralimpíadas começam a ser percebidas. Num evento em que o Brasil almeja ser o top 5 do quadro de medalhas, a aparição da esfera pública nos Jogos Paralímpicos tende a ser maior.
O fato é minimizado pelo comitê organizador dos Jogos. Em entrevista na semana passada, Mario Andrada, diretor de comunicação do Rio 2016, relativizou a participação da verba pública no evento:
“Temos o esquema de financiamento de Jogos Paralímpicos completo. O que não for usado, será devolvido para a prefeitura”, afirmou.