Havia a certeza de que a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos seria emocionante, muito pelo fato de trazer para perto da sociedade histórias que mostram a capacidade de superação humana.
A emoção foi aflorada em diversos momentos, como no hino nacional tocado pelo piano do maestro João Carlos Martins, na entrega da bandeira paralímpica feita por crianças acompanhadas de seus pais ou na inesperada queda de Marcia Malsar, campeã paralímpica em 1984, durante a reta final de condução da tocha paralímpica.
Mas foi um show de tecnologia que contagiou a torcida e fez com que a emoção virasse euforia.
A contagem regressiva do início da cerimônia, que terminou com um cadeirante descendo por uma megarrampa e caindo em cima de um colchão inflável já foi o indício de que a tecnologia estaria presente durante toda a cerimônia.
A solução encontrada para um orçamento mais enxuto foi fazer do gramado do Maracanã um palco de projeção de imagens. Foi ali que Daniel Dias conseguiu o feito de cruzar o estádio a nado, que os coreógrafos fizeram do Maracanã a praia de Copacabana e que a snowboarder Amy Purdy, biamputada, dançou junto a um robô industrial.
A ideia da cerimônia foi explorar muito mais a alegria do que a superação. Por isso mesmo, o estádio caiu na risada quando a mascote Vinícius, das Olimpíadas, desfilou pelo estádio ao som de Garota de Ipanema usando um vestido, reproduzindo o que Gisele Bündchen fez na cerimônia de abertura olímpica.
O único momento de maior tensão foi quando, em seu discurso, Carlos Arthur Nuzman, presidente do Rio 2016, agradeceu ao apoio da esfera pública. Vaias tomaram o estádio e gritos de “Fora, Temer” começaram a soar. Quando o presidente da República foi chamado para anunciar a abertura dos Jogos, as vaias só foram sufocadas pelo estouro de fogos de artifício, reconduzindo o povo para a festa.