Michele Ferreira tentava pela terceira vez seguida chegar ao pódio paralímpico em três disputas dos Jogos. O ippon sofrido logo na estreia, contra a alemã Ramona Brussig, fez com que ela precisasse da repescagem para manter o sonho do terceiro bronze. Foi até a última luta, contra Cherine Abdellaqui, da Argélia, mas acabou derrotada e sem o pódio.
“É a primeira vez que eu não levo medalha, mas eu levo muita experiência”, declarou logo após a luta para o canal Sportv. Depois, já refeita da dor da perda, a autoanálise da judoca mostrou grande maturidade.
“Eu estou muito feliz, porque todas as lutas que fiz foram de um nível muito difícil. Isso é muito bom para o Movimento Paralímpico, porque a gente vê que a qualidade vem aumentando. O nível técnico está muito bom. Disso eu tiro coisas boas, porque, infelizmente, não é sempre que a gente ganha”, afirmou a judoca de 31 anos.
Michele faz parte do Time Nissan, que reúne nove brasileiros que estão competindo nos Jogos Paralímpicos. Da marca, ela ganhou reforço para a rotina de treinamento. Um carro com motorista passou a fazer parte do cotidiano da sul-matogrossense, que até então só se locomovia de ônibus pela cidade de Campo Grande.
Com apenas 15% da visão, ela tinha de pedir auxílio às pessoas para saber qual ônibus poderia subir.
Além do auxílio da montadora, a judoca integra o Bolsa Atleta do governo federal, que lhe permite só treinar.
Curiosidades
• Nasceu em 1º de novembro de 1984
• Aos 19 anos, foi praticar judô para melhorar o físico
• Em 2012, mudou de categoria após o nascimento da filha
• Neste ano, conduziu a tocha olímpica no trecho em frente ao instituto onde começou a lutar judô