Caso o Flamengo não consiga assumir a administração do Maracanã, a empresa que o fizer terá enormes desafios na relação com o clube. A balança é simples: o estádio depende mais do time do que o contrário.
O Maracanã jamais conseguirá ser bem-sucedido financeiramente se não houver um calendário cheio para o estádio. E mais: com uma alta média de público. Somente depois que isso for uma realidade, a concessionária estará preparada para conseguir bons contratos comerciais para a arena. Para isso ser possível, o Flamengo é essencial.
Mas há fatores que complicam o processo. O primeiro é que, após o sucesso de domingo, ficará cada vez mais difícil exigir do Flamengo que o clube abra mão de bilheteria. Sem ser dono do estádio, não faz sentido pagar além de um aluguel. O time acaba atuando como sócio, mas sem ter as vantagens de gerir o local.
Sem bilheteria, a gestão do Maracanã terá um problema ainda maior. O ideal, claro, é que patrocinadores, camarotes e áreas corporativas cubram os custos. Mas basta olhar para as outras arenas do Brasil para saber que isso não é simples em curto prazo.
E mais: está mais do que claro que o torcedor brasileiro é bastante sensível a preço. Se o Maracanã quiser ter alta média de público, não terá alternativa que não seja praticar ingressos populares. Algo que o Flamengo já demonstrou não estar disposto.
O Maracanã parecia um grande negócio, mas esse encanto já se foi.