O treino da seleção brasileira na segunda-feira, no estádio Independência, mostrou o enorme apelo popular do time nacional. Com ingressos no valor de um quilo de alimento, 8 mil pessoas esgotaram a carga de tíquetes.
O time não estava completo; Neymar, por exemplo, não esteve presente. O fato não impediu a festa. Uma simples mascote, o periquito da seleção brasileira, foi suficiente para animar o público presente.
Esses torcedores, no entanto, dificilmente estarão presentes no Mineirão para assistir Brasil e Argentina. Com ingressos que partem de R$ 100 e chegam a R$ 800, o clima será elitizado. O que não parece uma boa estratégia.
A questão não é simples como no caso de clubes do país. Quando é time, o preço alto simplesmente não atrai. No caso da seleção, não há um problema de precificação claro, já que faltam apenas 9 mil ingressos a serem vendidos, e o estádio deverá lotar.
O ponto é que a CBF, com seus patrocínios, não precisa pensar em lucrar o máximo possível com ingresso. O jogo deveria servir para a manutenção do apelo popular do time, sem excluir, claro, as áreas mais nobres da arena.
É a lógica dos clubes alemães e que, no Brasil, somente a seleção tem condição de ponderar sua aplicação. A festa menos fria e mais popular do que se via na Copa do Mundo seria um passo importante para a recuperação do prestígio da seleção, para que as pessoas voltassem a torcer de fato pelo time, ter uma genuína identificação.