Os Estados Unidos pleiteavam repetir o Brasil e sediar, em sequência, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo. Mas os planos ganharam novos percalços nesta semana. A vitória do empresário Donald Trump para a presidência do país deve atrapalhar a ambição pelos dois megaeventos.
Não é pelo gosto de Trump, que já demonstrou apreço pelo esporte. Golfe e futebol americano estão no radar do futuro presidente americano. Durante a campanha, por sinal, o empresário se gabou de ter o apoio de Tom Brady, maior estrela da NFL.
Para os megaeventos, a situação é diferente, por outro lado. Isso porque, mesmo com o discurso conciliatório da vitória, a postura da Trump foi bastante agressiva com diversos públicos.
Em junho deste ano, o presidente da federação de futebol dos Estados Unidos, Sunil Gulati, já havia deixado claro que Trump dificultaria o desenvolvimento do esporte no país, especialmente a escolha para sediar a Copa do Mundo de 2026.
“A percepção do mundo sobre os Estados Unidos é afetada por quem está na Casa Branca. Ter alguém na Casa Branca que dê ao país uma imagem mais empática e uma personalidade que seja mais fácil de aceitar é positivo para nós, mais especificamente, para hospedar eventos aqui”, afirmou o dirigente.
O problema vai além. Um dos planos dos Estados Unidos e da Concacaf é aproveitar o inchaço da Copa do Mundo e dividir o torneio com o México. Contavam, para isso, com o bom fluxo de Hillary Clinton no país vizinho. Quem venceu as eleições, no entanto, foi Trump, que prometeu um muro entre as nações.
Para os Jogos Olímpicos, o drama também está na imagem de Trump. Para dirigentes americanos, parte da fala de Thomaz Bach, presidente do COI, na abertura dos Jogos do Rio, foi uma indireta ao então presidenciável do país. “Vivemos um mundo onde o egoísmo está ganhando terreno, e algumas pessoas se declaram superiores a outras”, afirmou na época.
Dias depois, o prefeito de Los Angeles, cidade que disputa com Paris e Budapeste para ter os Jogos, confirmou o temor. Para o democrata Eric Garcetti, Trump deve afastar votos do COI.
Até mesmo o plano de expansão de ligas como a NFL e a NBA recebe o receio de dirigentes. Nesse caso, o problema seria o suposto protecionismo a ser implantando por Trump, o que azedaria as relações comerciais com países como China e Brasil. A chegada das ligas seria, então, dificultada.