No fim de 2015, a diretoria do Fluminense surpreendeu ao anunciar o rompimento com a Adidas, parceira do time desde 1996, para fechar com a canadense e ainda desconhecida Dryworld. Após 11 meses e muita dor de cabeça, a cúpula do clube já mostra sinais de desistência com o acordo.
Segundo a Máquina do Esporte apurou, a situação entre clube e empresa é insustentável e a direção do clube já se cansou de cobrar a Dryworld. Hoje, há apenas um fato que mantém o contrato entre as duas partes: a eleição do clube, marcada para o dia 26 deste mês.
Como a presidência do clube será alterada, caberá ao próximo mandatário tomar uma decisão. Oficialmente, o atual presidente Peter Siemsen ainda mede palavras. “Já recebemos ofertas, mas vamos fazer um último esforço com a Dryworld”, afirmou o dirigente ao Globoesporte.com, na última semana.
No ano passado, o clube foi seduzido pelas cifras canadenses; a Dryworld ofereceu cerca de três vezes mais do que a Adidas pagava. A relação, no entanto, nunca foi boa. Além dos atrasos financeiros, o clube teve problemas na entrega de materiais. Até hoje, quase um ano depois, times da base e de outros esportes estão sem camisa. A equipe de vôlei, por exemplo, joga com Adidas.
Outros clubes que apostaram na Dryworld também vivem problemas. O Atlético Mineiro vive drama semelhante. Até loja oficial, que deveria ser gerida pela marca, foi devolvida ao clube. Uma rescisão no fim deste ano não é descartada em Minas Gerais.
Nem jogador tem escapado da crise da empresa canadense. Luan, do Atlético, havia fechado com a companhia para ser embaixador da marca. “Eles, no começo, mandavam mensagens, ‘todo felizão’, trocava ideia, falava que éramos uma família. E até hoje não arcaram com os compromissos deles”, afirmou publicamente o atleta no início deste mês.
Na Justiça, a Dryworld já acumula 400 processos por dívidas no Brasil. Mas o principal imbróglio está no comando da marca no país. No meio deste ano, a companhia trocou a razão social de Rocamp/Logic para Dryworld Industrias Américas LTDA EPP. Em agosto, os sócios da Rocamp/Logic conseguiram retomar o comando da companhia na Justiça; eles haviam sido retirados da companhia.
O problema, claro, foi o prejuízo acumulado pelos canadenses no Brasil. O processo ainda corre em segredo de Justiça.
Procurado, o presidente da Dryworld não atendeu à reportagem.