Há um tempo quando se falava em profissionalização nos clubes, a reação mais comum dos cartolas era torcer o nariz, mudar de assunto ou dizer que conceitos empresariais não poderiam ser aplicados por conta do passionalismo muito particulares do futebol brasileiro.
Por isso, é relevante quando a Ambev, uma das grandes investidoras nos últimos anos para a melhoria na arrecadação das equipes nacionais, resolve implantar um prêmio de gestão para o mundo da bola. A iniciativa é abraçada pelas principais equipes do país.
O Movimento por um Futebol Melhor, criado há quatro anos, mostra frutos positivos para os clubes que aderiram à iniciativa. A arrecadação cresceu, obrigou os times a adotarem gestão mais profissional para gerir seus programas e, com o apoio da gigante de bebidas e de outras empresas, os torcedores também ganharam com descontos em produtos e serviços.
Há só duas décadas o futebol brasileiro era recheado de cartolas folclóricos, que usavam o caixa do clube como se fosse o de uma mercearia. Hoje vemos exemplos positivos vindos dos próprios clubes, que modernizaram suas arenas e oferecem serviços melhores, mais sofisticados e diferentes.
É inegável que o Brasileirão, com todos os seus problemas de gestão e viradas de mesa, é hoje disparado o mais rentável torneio nacional entre as federações filiadas à Conmebol. Há a expectativa de que consiga rivalizar com as grandes ligas europeias, o que me parece utópico.
Não é sonho, porém, ambicionar mais. O futebol brasileiro tem muito a crescer com bons exemplos de gestão. Que esse prêmio sirva de exemplo de práticas a serem seguidas também pelos rivais.