Algumas das principais estrelas da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos reivindicaram publicamente que tenham os mesmos ganhos do time masculino. Carli Lloyd, Becky Sauerbrunn, Christen Press e Morgan Brian deram entrevista ao prestigioso programa “60 Minutes”, da CBS, que intitulou o episódio como “O jogo de suas vidas”.
“Nós somos o ‘Dream Team’ dos Estados Unidos. Chegamos ao topo e acredito que nosso time é o número 1 na história do esporte feminino. Estamos dispostas a fazer tudo o que pudermos para conseguir o que pedimos”, contou Carli Lloyd, 34, capitã da seleção.
“Sentimos que somos tratadas como cidadãs de segunda classe porque não se importam conosco tanto quanto com os homens”, acrescentou a meio-campista, bicampeã olímpica em Pequim-2008 e Londres-2012.
A seleção feminina norte-americana já conquistou três Copas do Mundo e quatro medalhas de ouro olímpicas. É o time feminino de futebol mais popular do mundo. No entanto, as jogadoras se consideram discriminadas. Elas dizem que têm remuneração inferior ao time masculino e cobram igualdade da Federação de Futebol dos Estados Unidos.
Segundo as jogadoras, cada uma ganha por ano US$ 90 mil pelas 20 partidas, em média, que disputam pela seleção. Já os homens recebem US$ 265 mil ou quase 200% a mais, mesmo jamais tendo conquistado títulos equivalentes.
Além disso, os jogadores têm outras vantagens oferecidas pela federação, como viajar de primeira classe, enquanto as mulheres voam apenas na classe turística.
O contrato da federação norte-americana com a seleção feminina termina em 31 de dezembro. E as negociações para a renovação prometem ser duras, com as mulheres exigindo tratamento mais igualitário.
Movimento semelhante aconteceu no tênis feminino na década passada. As mulheres reivindicaram premiação igualitária nos torneios e conseguiram. O último Grand Slam a adotar o mesmo valor do prêmio para homens e mulheres foi Roland Garros, em 2006.