Se serviu para alguma coisa, a tragédia da Chapecoense criou uma rede de solidariedade no mundo da bola.
Foi emocionante ouvir a torcida do Liverpool cantar “You’ll Never Walk Alone” seguido de um minuto de silêncio antes do jogo com o Leeds. Ao homenagear a Chape, clube lembra seus próprios mortos em Hillsborough.
O minuto de silêncio pelas vítimas de Chapecó também disse muito ao Torino. O time prestou homenagem aos 19 jogadores mortos na Colômbia, lembrando seus 18 atletas vitimados em acidente aéreo há quase 70 anos.
Emocionante também foi a homenagem do Atlético Nacional, no mesmo estádio que abrigaria a primeira partida final da Copa Sul-Americana. Rivais em campo, brasileiros e colombianos se tornaram parceiros na dor.
No Paraguai, o Libertad colocou seu elenco à disposição da Chapecoense. Em 2015, o clube foi eliminado da Copa Sul-Americana pelos catarinenses.
Da Argentina, Racing e Huracán decidiram colocar o escudo da Chape na camisa em seu próximo jogo.
Por aqui, clubes podem promover ação inédita de jogarem todos com o uniforme verde e branco na rodada final do Brasileirão.
Por outro lado, de onde menos se espera é que não sai nada mesmo. A CBF mostrou absoluta falta de sensibilidade ao exigir que a Chapecoense enfrente o Atlético-MG na última rodada do Nacional. Não há clima algum para esse jogo.
Já a Conmebol mostra mais uma vez sua inércia. Diante do pedido do Atlético Nacional para que o título da Sul-Americana seja dado à Chapecoense, a entidade respondeu apenas com silêncio. Ensurdecedor.