Houve inesquecíveis demonstrações de carinho nos últimos dias. A grande maioria dos clubes ofereceu as mãos, jornalistas se abraçaram. O povo colombiano conseguiu fazer com que cada um de nós nos sentíssemos um pouco mais acolhidos no momento de dor. No mais alto comando do futebol brasileiro, por outro lado, parece que falta sensibilidade.
A questão se haverá ou não partida entre Chapecoense e Atlético Mineiro parece simples. O time catarinense escolhe se deve ou não entrar em campo. É, prioritariamente, o sofrimento deles que está inserido na discussão.
Falar em punição ou possíveis desdobramentos do regulamento é de uma frieza estúpida. O que está em jogo não é uma lei irrevogável, mas sim a capacidade de empatia com uma tragédia sem igual. As regras de uma competição esportiva são absolutamente supérfluas frente à situação vivida neste momento.
Qualquer que seja a decisão da Chapecoense, ela deve ser respeitada por todos. E, pelo ato da maioria e pelo posicionamento do Atlético Mineiro, o rival da última rodada, está claro que esse é o caminho natural.
Caso algum clube tome essa medida como justificativa para qualquer artifício de manobra esportiva, a decisão tem que ser outra: será que essa instituição merece ficar no grupo? Merece fazer parte do esporte nacional?
Talvez alguns dirigentes precisem de uma aula de solidariedade com os colombianos do Atlético Nacional.