O sonho de correr a maratona em menos de 2 horas tornou-se a nova obsessão do atletismo. Não há nenhuma prova de pista e campo que tenha tido mais quebras de recorde neste século.
Alguns fatores foram determinantes para isso. Em 2003 foram estabelecidas as regras para que um recorde da maratona fosse oficializado. Três anos depois, houve a criação do Circuito Mundial das Maratonas, com premiações milionárias.
O incentivo financeiro fez com que atletas cada vez mais jovens fossem para as corridas de rua. Antes, só veteranos corriam a maratona, após carreira nas provas de pista.
Nesses 13 anos, o recorde foi melhorado em 161 segundos. Agora, com o projeto Breaking2, da Nike, seria necessária uma evolução de 178 segundos em um ano. Nunca, porém, uma marca de material esportivo lançou projeto voltado exclusivamente para isso.
Há 62 anos, Roger Bannister quebrava a barreira dos 4 minutos na milha (1.600 m). O corredor ficou obcecado pela marca depois de fracassar nos 1.500 m na Olimpíada de Helsinque, em 1952. Para atingir o feito, o britânico conciliava os estudos da faculdade de medicina com os treinamentos.
Se hoje os atletas contam com um staff especialmente montado para a obtenção do recorde, conquistá-lo seria uma façanha equivalente à obtida por Bannister. Caso tenha sucesso, a Nike voltará a ser protagonista no mercado running, que tem sido tão competitivo como as principais maratonas do calendário.