O final tragicômico da relação entre Paulo Nobre e Leila Pereira naquele que foi o último ato do presidente no Palmeiras revela o quão precário é o futebol no Brasil. O clube que hoje é visto como uma das referências no país é, também, refém de brigas mesquinhas dos seus dois mecenas.
De um lado está o presidente endinheirado, que tirou o clube da lama ao injetar quase R$ 150 milhões e que hoje recebe como pagamento 10% do faturamento do clube. Do outro, está a patrocinadora do Palmeiras nos últimos dois anos, que investiu quase R$ 100 milhões e que, por isso, pretende se tornar presidente do clube um dia.
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A falência na gestão dos clubes leva-os a essa situação exemplificada hoje pelo Palmeiras, mas que também vê ecos no Corinthians, São Paulo, Atlético Mineiro e tantos outros clubes.
Sem capacidade de ter crescimento provocado pela boa gestão, os clubes se transformam em reféns de mecenas.
O modelo que foi o propulsor do futebol, em todo o mundo, nos anos 1930, quando começou a profissionalização, ainda é o mesmo que dita os casos de sucesso no futebol brasileiro.
Quem ainda teimava em achar que o Palmeiras encontrou o caminho após ter vencido o Campeonato Brasileiro, em menos de um mês conseguiu ver que a realidade alviverde é outra.
A necessidade de dinheiro nos clubes é tamanha que eles estão virando reféns de empresários endinheirados. E, o pior, é que o resultado em campo serve só para reforçar essa necessidade.