O novo contrato de TV da Copa do Brasil, que entra em vigor em 2018, mostra como nosso país é um caso sui generis na América do Sul. Pelo acerto entre CBF e Globo, o campeão pode receber até R$ 68,7 milhões, caso tenha jogado desde a primeira fase. Se entrar direto nas oitavas de final, poderá abocanhar no máximo R$ 50 milhões.
Parece algo surreal em um continente que paga míseros R$ 25 milhões para o campeão da Libertadores, um torneio de nível técnico mais elevado. Esse valor é só 50% da cota fixa para o vencedor da Copa do Brasil e 36% para o clube que tenha atuado desde a primeira rodada.
No último Brasileirão, o Palmeiras recebeu cerca de R$ 117 milhões entre direitos de TV e prêmio pelo título. Tal predomínio econômico fez com que o Brasileirão se tornasse rota intermediária dos craques vizinhos antes da transferência certa para ligas europeias mais rentáveis.
O predomínio econômico, porém, não se reflete na conquista de títulos. No século 21, a Argentina conquistou seis vezes a Libertadores, mesmo número obtido pelos times brasileiros. Colômbia (2), Equador (1) e Paraguai (1) completam a lista.
Qual a razão para isso? Mais do que a economia, o imponderável ainda dá as caras na América do Sul. É algo que o Mundial de clubes não oferece mais. A competitividade da Libertadores ainda é um ativo atraente. Bom para torcida. Bom para o futebol.