Com a oficialização da Copa do Mundo com 48 seleções, feita nesta terça-feira pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, o futebol terá o Mundial mais inchado entre todos os esportes coletivos que fazem parte do programa olímpicos.
“Temos que adaptar a Copa do Mundo ao século 21. O futebol é mais do que Europa e América do Sul. Teremos um número maior de países que poderão sonhar [em disputar o Mundial]”, defendeu Infantino, durante entrevista coletiva realizada na terça-feira, em Zurique, na Suíça.
*Porcentagem entre o total de países filiados. No caso do vôlei, entre o total de países com seleções masculina e feminina
Com o acréscimo de 50% mais vagas a partir da Copa de 2026, o futebol passará a ser a entidade mais “democrática” entre todos os esportes coletivos que fazem parte do programa olímpico.
Nenhuma federação internacional facilitou tanto o acesso ao seu principal torneio masculino. Com 211 países filiados atualmente (mais do que os 193 Estados membros da ONU, por exemplo), a Fifa dá a oportunidade para que quase um quarto deles (22,75%) possa disputar a Copa do Mundo de 2026.
É um número extraordinário se comparado com outras modalidades. Quem menos dá acesso aos seu Mundial é o handebol.
Apenas 11,76% das federações nacionais irão disputar o Mundial masculino da Alemanha, que começa nesta quarta-feira (dia 11). Dos 204 filiados, apenas 24 terão acesso ao torneio. O feminino, cujo Mundial será neste ano na Alemanha, segue o mesmo modelo.
Outra modalidade que restringe bastante sua elite é o hóquei sobre grama. Apenas 12,8% das federações nacionais terão a chance de jogar o próximo Mundial, marcado para o ano que vem na Índia (masculino) e Inglaterra (feminino).
LEIA MAIS – Análise: Mudança na Copa do Mundo é um tiro no pé
Análise: Nova Copa do Mundo abre janela do futebol para o mundo
A única competição desse nível a abrir mais vagas para seus filiados é o Mundial de softbol. Em seu último evento, no Canadá, no ano passado, o torneio contou com 31 países entre 127 filiados à federação internacional. Ou seja, 24,4% tiveram a chance de jogar, incluindo o Brasil, que participou pela primeira vez.
O torneio em que a vaga é mais cobiçada é o Mundial feminino de basquete. Apenas 7,47% das federações filiadas à Fiba jogarão o torneio na Espanha, em 2018.
A estratégia de limitar as vagas também é seguida em Mundiais masculinos de modalidades populares, como beisebol (12,9% dos países), vôlei (17,15%) e basquete (14,95%). Entre os homens, o único que segue o exemplo do futebol é o rúgbi 7, que terá 20% dos países filiados em ação nos EUA, em 2018.
Com o novo formato, a Fifa espera faturar até US$ 975 milhões a mais do que foi obtido no Brasil, em 2014. A arrecadação com patrocinadores atingiria US$ 1,89 bilhão. Com mais partidas, a venda de ingressos geraria uma receita de US$ 520 milhões, enquanto a comercialização de camarotes chegaria a US$ 155 milhões.
Os 48 países classificados serão divididos em 16 grupos de três equipes. Os dois melhores de cada chave se classificam para a fase seguinte, que será disputada em mata-matas até a decisão.
Com esse formato, a Fifa preserva o número de jogos que o campeão precisará fazer para chegar ao título (7) e a duração da Copa do Mundo (32 dias). A ideia é também manter o número de 12 sedes, que foi seguido no Mundial do Brasil, em 2014. Por outro lado, o Mundial com 48 times irá inchar o calendário, com 80 jogos, no lugar dos 64 atuais.