Outro dia publicamos, em primeira mão, a reportagem sobre a perda dos patrocinadores privados do Comitê Olímpico do Brasil após os Jogos.
Desde 1995, quando começou a “Era Nuzman”, que o COB não tinha tanta dificuldade assim para obter apoio. Mas o que levou o projeto do Time Brasil perder fôlego justamente depois de seu momento mais célebre?
A apresentação do Time 2.0 da Nissan é a prova de que os patrocinadores do Brasil nas Olimpíadas não debandaram do esporte, mas revisaram a forma como se relacionam com ele.
O Bradesco continua com rúgbi e judô; a Nike voltou os esforços para running e futebol, as duas categorias que dão mais dinheiro no país. E agora a Nissan foca as atenções aos atletas.
Cada marca virou seus olhos para aquilo que tem mais lógica dentro de uma realidade completamente distinta daquela da última década no país.
E esse é o maior problema que o COB terá para os próximos anos. Se, por um lado, a Olimpíada trouxe novas marcas para investir no esporte, por outro ela elevou o nível de exigência do trabalho a ser feito pelo comitê.
Vender o sonho do pódio olímpico não é mais possível. O COB virou refém das brechas abertas pré-Olimpíadas, em que as confederações ganharam visibilidade e, consequentemente, um protagonismo nunca antes visto.
Por que investir no COB se é mais seguro buscar um projeto menor, mas com grande potencial de gerar engajamento do público e bom conteúdo?
A melhor coisa que a Inglaterra fez pós-Londres foi usar a força do Team GB para manter os patrocinadores e criar uma nova relação com os torcedores. O COB, ao que tudo indica, perdeu o timming do Time Brasil.
Está claro que o dinheiro para o esporte olímpico existirá. Mas, cada vez menos, ele estará nas mãos do COB.