O futebol brasileiro está se especializando em medida inócuas para obter paz nos estádios. É um festival de mensagem supérflua de “paz e amor”, divulgadas nas redes sociais, que são belas no discurso, mas não tem nenhuma efetividade. E, para ter um plano estratégico funcional, é preciso primeiro definir qual futebol haverá de existir em nossas arenas.
Na última semana, durante curso realizado pela Máquina do Esporte, o gerente comercial da Arena Corinthians, Bernardo Pontes, expressou seu desejo por uma maior festa nas arquibancadas do time. Atualmente, os torcedores esbarram em uma série de limitações impostas pela Polícia Militar, de bandeiras a sinalizadores.
Essa é uma demonstração clara do que um agente do mercado espera do futebol. O problema é que ela tem pouco eco. No próprio Corinthians, o discurso oscila. Entre outros times, não há nenhum consenso, longe disso.
Pode parecer bobagem, mas para resolvermos os problemas mais básicos que assolam o nosso esporte é preciso um mínimo de união entre os pilares que o envolvem. E esse movimento só pode tomar corpo caso haja um claro conceito do que se espera. Basicamente, é preciso um objetivo mais bem definido.
Hoje, não há nem como criar um diálogo saudável com quem vai ao estádio, simplesmente porque ninguém definiu qual é o torcedor que o futebol quer que esteja presente. Deve ser um dos poucos mercados em que não existe a menor ideia de quem é o público consumidor.
O próximo fim de semana será mais um com torcida única em São Paulo e, agora, no Rio de Janeiro. A medida é o fracasso escancarado. Está na hora de pensarmos em um plano melhor.