Poucas vezes o lado do “embaixador de marca” foi visto com tanta atenção. Ter um rosto famoso para uma empresa é tema recorrente de discussões entre profissionais do mercado. O risco é difícil de ser previsto, e qualquer incidente com aquele que emprestou a credibilidade à companhia resulta em um enorme prejuízo.
Mas o outro lado é pouco falado. Quais são os riscos para a imagem de uma celebridade ao se associar a uma determinada marca? Teoricamente, ele é mínimo, considerando essa marca tenha um mínimo de prestígio. Mas 2017 chegou para mostrar que essa não é uma conta tão garantida.
Antes de explodir a questão no Brasil, o esporte já havia dado uma série de exemplos graças às eleições de Donald Trump. O apoio ao político gerou reclamações públicas de atletas e, para o mexicano Sergio Perez, da Fórmula 1, uma piada resultou até no rompimento do contrato. Para Perez, o posicionamento da companhia era um acinte à sua pessoa.
No Brasil, a Operação Carne Fraca da Polícia Federal se tornou um enorme problema para nomes como Tony Ramos e Fátima Bernardes, dois dos nomes mais valorizados na publicidade. Em curto prazo, a recuperação dos dois no segmento é impossível. Suas palavras de garantia viraram sinônimo de piada para o público.
Esse é um problema específico de quem tem um status alto o suficiente para se tornar um embaixador, aquele que dá a palavra pelo produto. Um patrocínio mais simples, com apenas a associação de marcas indiretamente, dificilmente geraria tamanha rejeição. Talvez seja esse um caminho mais salutar para um atleta que tenha o mínimo de dúvida sobre a empresa que resolveu gastar milhões em seu nome. Os ganhos serão menores, mas relação será mais segura para o patrocinado.