Depois da bonança, a tempestade.
A crise que assola a Fifa desde que boa parte dos dirigentes mais importantes do futebol foi presa e/ou afastada das suas funções executivas mostra qual a principal reforma que o esporte precisa atravessar, lá fora e por aqui.
Reputação.
A palavra que nunca precisou fazer parte do dicionário do esporte é, agora, questão de ordem na agenda de discussão das entidades esportivas.
O que falta à Fifa é reputação. Ter o selo de empresa de qualidade. Organizar o campeonato mais desejado do futebol mundial não é mais suficiente.
O esporte brasileiro atravessa o mesmo processo. A crise da CBF e, agora, da CBDA, mostra que não basta mais ser popular. É preciso ser transparente.
Nos Estados Unidos e no COI, a lição foi aprendida a duras penas, com golpes sofridos no passado. É só ver como a NBA tratou o caso de um dono de time racista, banindo-o do esporte. Ou como o COI não sofre do mesmo mal da Fifa, depois de ter aprendido com o escândalo de Salt Lake City, em 2002.
Quando a Fifa sofre pela falta de interesse de empresas em patrociná-la, é sinal de que as coisas vão muito mal. A Copa da Rússia estará cheia, a audiência na TV será alta, mas será que as marcas querem comprar o Risco Fifa e se associar ao evento assim mesmo?
O mercado parece dar a negativa para a Fifa. E mostra que é preciso mudar radicalmente a forma como o esporte é gerenciado para continuar a se apostar nesse segmento.
O problema não é mais só argumento de venda e entrega comercial. Só a mudança de reputação pode acabar com o problema da falta de interesse das empresas em associar suas marcas aos atributos das entidades esportivas.