A prisão de Sandro Rosell em Barcelona aumenta o cerco sobre Ricardo Teixeira. O dirigente, que mandou e desmandou na CBF por longos 23 anos, encontra-se acuado após a detenção de seu antigo braço direito nos negócios com a seleção brasileira.
Desde que deixou a confederação, em 2012, fugindo às pressas para os Estados Unidos, Teixeira se tornou um ser errante. Inicialmente, fxou residência em uma mansão na Flórida. Quando o cerco do FBI aos dirigentes da Fifa começou a se fechar, o cartola rumou para o Uruguai, onde esteve incógnito por algum tempo.
Com a ajuda do sempre prestativo Rosell, tentou fixar residência em Andorra, paraíso fiscal localizado nos Pirineus, entre Espanha e França. Os escândalos do futebol fizeram o governo local negar o visto por precaução.
Teixeira acabou retornando ao Brasil, onde permanece em anonimato, ainda que fontes do futebol contem que o ex-dirigente tem aproveitado a estadia para fazer baterias de exames no país.
Se vive um momento de expurgo com a prisão de políticos e empresários envolvidos com a Lava-Jato, o Brasil não será passado à limpo enquanto não abrir a caixa-preta do mundo da bola. Patrimônio cultural do país, o futebol não é “entidade de direito privado”, nem pertence a Teixeiras, Del Neros ou Marins, mas ao povo brasileiro.
Por aqui, é preciso haver uma devassa nas contas e contratos da CBF e nas estranhas relações de seus cartolas com patrocinadores e intermediários, que se beneficiaram de gordas comissões.
A Chevrolet, então dona do title sponsor do Campeonato Brasileiro e patrocinadora da seleção, deixou todos seus ativos no futebol na semana passada. Seria por receio da turbulência que estava por vir?