A aquisição do UFC pelo grupo WME-IMG, anunciada em julho de 2016, começa aos poucos a mudar a configuração da principal promotora de competições de artes marciais mistas no mundo. E seus efeitos chegam ao Brasil.
Às vésperas de realizar no Rio de Janeiro o UFC 212, o segundo evento do ano no país, a direção da liga de MMA quer aproveitar melhor o engajamento dos fãs em suas redes sociais. Só a página oficial do UFC Brasil no Facebook conta com mais de 21 milhões de seguidores.
“A ideia é olhar para o UFC não apenas mais como um promotor de eventos, mas como um gerador de conteúdo e um criador de entretenimento. É o que se chama hoje de sportainment”, conta Daniel Mourão, diretor de marketing do UFC Brasil.
“Para isso foi criado o departamento de marketing no Brasil, para cuidar da marca”, acrescenta.
Sintoma disso foi a diminuição do número de eventos no país. Desde que voltou ao Brasil, em 2010, o UFC chegou a ter uma média de nove a dez noites de lutas por ano. Essa realidade mudou a partir de 2016, quando a liga de MMA promoveu apenas três encontros (Curitiba, Brasília e São Paulo).
Neste ano, a estratégia será mantida, com eventos em março, no Centro de Formação Olímpica de Fortaleza, 3 de junho, na Jeunesse Arena, no Rio, e outubro, em local a ser definido.
Para o card fluminense, a empresa realizou festa de lançamento e postou um painel com o logo do UFC em pontos importantes da cidade, como o Morro da Urca, o Mirante do Arvrão, no Morro do Vidigal, a praia de Copacabana e BarraShopping. No dia 28, o painel será deslocado até o alto do Morro do Corcovado, próximo ao Cristo Redentor.
“A empresa percebeu que menos é mais. É preferível fazer menos eventos com mais qualidade, em cidades mais importantes, para gerar uma demanda maior no negócio”, explica Mourão.
Assim, a ideia é aumentar o nível das lutas, fazendo que a liga de MMA seja uma competição mais exclusiva, com tíquete médio de R$ 350.
“O UFC é um evento com 8 horas de duração. Abrimos os portões às 17h30. As lutas começam às 19h30, com 12 combates com meia hora de duração cada. Fechamos o local depois das 2h da madrugada”, conta o executivo.
Antes das lutas, o público pode se divertir nas barracas de ativação, patrocinadas por empresas parceiras ou não. Nos locais, dá para o torcedor colocar uma bandagem de lutador profissional, tirar uma foto em que virtualmente encara alguns dos astros do MMA, como Anderson Silva e José Aldo, e até fazer selfie com um cinturão de verdade para postar nas redes sociais.
“A ideia é aprimorarmos nosso relacionamento com os fãs. Começamos a criar essas atividades dois anos atrás”, conta Mourão.
Outra iniciativa foi criar a VIP Experience, ingresso com visão privilegiada das lutas e diversos diferenciais. O pacote dá direito a experiências para os fãs, como assento reservado na pesagem, direito de tirar foto com o cinturão dentro do octógono, chance de conhecer ídolos do UFC e cruzar com celebridades durante o evento, em longe reservado com serviço de buffet. Os preços para essa área exclusiva variam de R$ 2.400 a R$ 8.000.
“A ideia é sair do octógono. Mostrar que o UFC é muito mais do que a luta que está acontecendo ali”, afirmou.