Quando surgiu no mercado, há quase dois anos, a Uber apresentou uma ruptura no modelo de operação do táxi. Vista como disruptiva, a empresa contribuiu para revolucionar a maneira como utilizamos transporte pago.
O mercado, porém, reagiu com relativa rapidez ao avanço da empresa, e hoje a Uber já não é tão revolucionária assim. O serviço não é o diferencial da empresa, bem como o preço já foi igualado por outros aplicativos. O que a marca faz, então, para se destacar?
A aposta recente no esporte mostra que a Uber entendeu que precisa criar uma conexão emocional com o consumidor. Se, antes, a empresa tinha o cliente pela relação preço + produto melhores que o da concorrência, agora ela precisou buscar novo diferencial.
A empresa tem usado os clubes de futebol como plataforma para atrair a atenção do consumidor. A lógica usada é a mesma que a Ambev soube se apropriar no Futebol Melhor. Use nosso serviço e ajude o seu time.
Com preço e serviço equivalentes ao da concorrência, a Uber soube criar novo motivo para ter o consumidor. A grande sacada veio agora, num acordo com Inter e Grêmio em Porto Alegre, sem provocar divisão nas torcidas.
Ao se apropriar da paixão do torcedor, a Uber mostra que entendeu que o esporte gera algo muito valioso às marcas: credibilidade. Sim, por mais falta de credibilidade que o meio esportivo tenha, o vínculo emocional do torcedor com o clube gera uma relação afetiva de imensa credibilidade.
O fã entende que um produto que se associa ao seu clube só pode ser de qualidade. E, ao consumir, tende a optar por ele. Não por acaso a Uber, na hora que a concorrência cresceu, recorreu ao esporte para ser diferente.