A Bayer, com a marca Bepantol, apresentou na segunda-feira (12) a parceria com o Instituto Guga Kuerten. Assim como já havia feito com a Coppertone e o Instituto Gabriel Medina, a empresa converterá venda de produtos em doação. A cada artigo vendido, R$ 1 é passado à instituição nos próximos três meses. A companhia garante um mínimo de R$ 1,5 milhão em repasse.
Com as duas instituições, mais projeto de escola de futebol em Belfort Roxo e uma parceria com o Instituto Ayrton Senna com voluntariados entre os funcionários, a farmacêutica estabelece o pilar social como prioridade nos investimentos esportivos.
“O que nós não fazemos é patrocinar equipes de futebol ou alguma coisa em um estádio. Esse não é o objetivo. Queremos parcerias como essa, em que nós podemos fazer algo sustentável. Nós começamos com o Medina há dois anos e, com a experiência, nós podemos expandir para outras áreas”, explicou o presidente da Bayer no Brasil, Theo van der Loo, em conversa com a Máquina do Esporte.
O foco está tanto no social que até Gustavo Kuerten ficará fora da ação apresentada. O contrato assinado é com o instituto que leva o nome do ex-atleta, e as ações e conteúdo serão feitos com a mãe do tenista aposentado, Alice Kuerten. Guga foi contratado pontualmente, apenas para o evento da segunda-feira.
A decisão não é exatamente a mesma do que a empresa faz na matriz, na Alemanha. No país, a Bayer mantém acordos a diversos clubes, além da histórica ligação com o Bayer 04 Leverkusen. Ainda assim, há uma série de acordos com instituições esportivas com objetivos sociais, inclusive no Comitê Paralímpico Alemão.
No Brasil, o plano de esporte passa pelo social em parte pelas convicções do presidente do grupo. Theo van der Loo já levantou bandeiras do tipo até nas redes sociais, em crítica ao racismo em processos de seleção das empresas; seu texto no LinkedIn sobre o assunto ganhou repercussão no início deste ano.
“Nós dividimos os mesmos valores. Foi algo natural. Na empresa se fala muito e as pessoas veem o meu interesse por esse lado, então um lado acaba incentivando o outro”, contou Theo van der Loo.
Questionado sobre a credibilidade de uma ação social calcada em uma promoção de venda, Theo van der Loo reforçou a opção da empresa pelo caráter mais correto da iniciativa. “Nós poderíamos ter feito um sorteio de R$ 100 mil para dez pessoas, mas ela não seria uma ação social. É uma questão de afinidade da empresa, uma simpatia que a marca tem com o consumidor. Com nossa ação, podemos fazer algo para a sociedade. Quanto melhor for para a marca, mais nós podermos fazer. É um jeito de dividir o lucro”, afirmou o executivo.