A notícia começou a se espalhar no final de semana. Uma reportagem no jornal Metro do México anunciava a chegada da Sportflix, sistema de exibição de vídeos de esporte por streaming baseado no desruptivo Netflix.
A mídia logo tratou de cravar que vinha aí a revolução na forma de consumir esporte no mundo. A reportagem dizia que os donos do Sportflix exibiriam torneios como Liga dos Campeões, Libertadores, NFL, NBA e até Brasileirão para usuários pelo mundo.
Mas é impossível para o Sportflix ser tão revolucionário quanto foi a Netflix há uma década, quando passou a ser ofertado por streaming nos EUA.
Por alguns anos, a empresa comprou os direitos de exibir vídeos e séries de grandes estúdios, que também tinham canais de TV a cabo. Quando o público migrou para a internet, o golpe foi duro. Hoje, no mercado americano mais amadurecido, os grandes produtores migraram para a plataforma de streaming, enquanto a Netflix passou a ser também produtora de conteúdo.
Com o Sportflix, a lógica não serve. Quem detém o conteúdo é o esporte, que revende aos canais de TV os direitos de exibir as imagens. Assim, a Sportflix só poderia ter direito de exibir eventos se comprasse dos organizadores os direitos. Ou das TVs.
Na tarde de quinta-feira, a Fox já emitiu comunicado rechaçando repassar direitos. A ESPN também anunciou, nos EUA, que montará plataforma direta para o consumidor antes mesmo de crescer o barulho sobre Sportflix. E, aqui, a aposta da emissora americana tem sido o streaming, assim como a Globo tem usado cada vez mais os seus aplicativos para exibir tanto vídeos históricos quanto jogos ao vivo.
Em menos de uma semana, o Sportflix, que parecia ser a revolução do esporte, se tornou uma bravata.