A ressaca pós-olímpica era esperada pela maioria das modalidades carentes de apoio e visibilidade. O fim de patrocínios também não surpreendeu, já que o carro-chefe, os Jogos do Rio 2016, já havia ficado para trás.
Se 2017 foi um ano difícil, de redução no orçamento e chiadeira geral, 2018 prometer ser ainda pior. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a proposta de orçamento do Ministério do Esporte enviada pelo governo à Câmara contempla corte de 87% no orçamento da pasta.
Com isso, programas importantes, que ajudaram a financiar o esporte de alto rendimento, devem sofrer cortes significativos. É o caso do bolsa-atleta, que perdeu quase 50% de seu montante. Com menos verba, a solução passa pela queda no valor das bolsas ou no número de beneficiados.
O COB, por sua vez, mesmo abalado pelas denúncias de compra de votos na eleição do Rio 2016, dá mostras de trabalhar em outros patamares. O comitê viu a Nike optar pela não renovação com o Time Brasil neste novo ciclo olímpico.
Para não ficarem nus, os atletas brasileiros tiveram que usar peças da antiga fornecedora. Assim, os brasileiros divulgaram gratuitamente o Swoosh neste ano.
Para 2018, o COB divulgou as primeiras peças da nova parceira, a Peak, que serão usadas nos Jogos de Inverno. Se, em 2016, o Time Brasil dividia a fornecedora com potências como EUA e China, agora terá como companheiros de marca países como Nova Zelândia e Nigéria, outros dois que perderam a Nike recentemente.
Com a crise e a ressaca olímpica, o COB trabalha sob novos patamares. Outras entidades deveriam seguir o caminho. É preciso ser sustentável, sem depender de eventos esparsos ou da boa vontade do poder público.