A agora pública briga entre Amazon e Facebook pela Premier League deixa ainda mais claro o momento vivido pelo esporte: o streaming já é uma realidade. Hoje, ele ainda não compete com a força da televisão, mas já há indícios que isso será uma questão de tempo. Há uma série de vantagens para o segmento esportivo, com a concorrência de novos players, mas existe um problema a ser resolvido.
Não é difícil prever que, em um futuro próximo, alguns veículos de streaming terão exclusividade em produtos esportivos. O problema é que, com essa situação, o torneio e o clube perdem o poder de promoção de um veículo tradicional. E, de alguma forma, isso terá que ser recompensado.
Hoje, há eventos que não cobram para estar na Globo, por exemplo. Garantir a emissora é ter certeza dessa promoção, com mais público e patrocinadores. Mas não são só as atrações menores que dependem disso.
Há alguns anos, quando os clubes negociavam os direitos de transmissão com Globo e Record, a discussão ficou em evidência: quanto que o futebol perdia sem a maior emissora do país? Mudar seria ter menos audiência, menos divulgação.
A discussão do momento envolve uma competição europeia, que dificilmente abriria mão de estar nos principais veículos. Seria difícil imaginar a popularização das ligas do velho continente ao redor do mundo caso elas estivessem restritas a um canal com acesso limitado. O melhor exemplo está na Liga dos Campeões, que mudou de status no Brasil após ser adotado pela Globo, em rede aberta.
Por maior que seja a revolução do novo meio, o esporte terá que se manter dividido por mais tempo ainda.