Assistir a um evento esportivo nos Estados Unidos ainda é uma experiência completamente distinta do que acontece na América Latina e mesmo nos principais mercados europeus. O grau de trato com o torcedor e de desenvolvimento comercial nas arenas mantém o país em um nível acima do que acontece em outros mercados.
A Máquina do Esporte esteve presente no ginásio TD Garden durante a partida entre Boston Celtics e New York Knicks. O local, que passa por reformas, recebeu nos três dias anteriores uma partida de hóquei, com o Boston Bruins, e um show musical, com a banda Guns n’ Roses. O que não impediu que o espaço estivesse completamente adequado ao time da NBA, inclusive com seguidas lojas oficiais em todos os anéis da arena.
Existem dois fatores que diferenciam a experiência do torcedor. A primeira está em questões básicas de organização, mas que ainda são difíceis de serem superadas. Há absoluta ausência de filas, educação máxima dos funcionários, excelente visão de jogo em qualquer canto do ginásio e nível idêntico de serviço para qualquer faixa de preço do ingresso. Um exemplo do conforto oferecido está na gama de alimentação; há desde lanches clássicos de estádios até opções de alimentos kosher.
O outro fator é o ritmo alucinante de atrações ao longo do evento, mesmo em uma partida com pouca importância no calendário da NBA. Show de luzes, apresentações e brincadeiras com o público são encerradas imediatamente após o apito do árbitro para o jogo começar. E reiniciam na mesma rapidez. O evento é, essencialmente, um grande show de entretenimento.
Existe um alto grau de excelência no desenvolvimento do esporte no Estados Unidos, o que não significa que o negócio seja mais apurado do que é realizado em uma partida de Liga dos Campeões, para citar o exemplo máximo do velho continente. Isso porque a chave da mudança também passa pelas mãos dos torcedores nesse caso; é visível a relação completamente diferente que o americano mantém com o esporte.
Ao longo da partida, fica claro que há inúmeros torcedores que estão mais pelo evento do que pelo esporte em si. Parte do público entra com muito atraso, e outra parte sai com enorme antecedência. Conversas, risadas e brincadeiras têm muito mais espaço do que os cantos de arquibancada, que são sentidos apenas quando o narrador do ginásio puxa o grito. E há dança. Muita dança. Nas cadeiras, nos telões e até mesmo na saída do metrô. Algo duro de imaginar na Bombonera, no Emirates ou no Signal Iduna Park.