A Under Armour divulgou o balanço da empresa nos primeiros nove meses de 2017. Até setembro, a fabricante de artigos esportivos norte-americana teve uma receita de pouco mais de 3,6 bilhões de dólares, apenas 2,5% a mais que no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido, no entanto, despencou para 39,6 milhões de dólares, 74,2% a menos que no mesmo período de 2016. O resultado já ligou o sinal de alerta para o CEO Kevin Plank.
De acordo com a empresa, a queda vertiginosa do lucro líquido já era esperada por conta do plano de reestruturação feito pela empresa em 2017. A surpresa foi outra e que acabou se tornando a principal preocupação da marca: na América do Norte, em especial nos EUA, onde se localiza Baltimore e a sede da empresa, as vendas simplesmente diminuíram.
Segundo o balanço divulgado, o volume de negócios na região foi de quase 2,8 bilhões de dólares, 5,3% a menos que no mesmo período de 2016. Na Europa, continente onde a Under Armour decidiu investir e crescer neste ano, houve um faturamento de cerca de 335 milhões de dólares, um aumento de 41%.
Na região da Ásia-Pacífico, as vendas chegaram a 310 milhões de dólares, com um aumento ainda maior de quase 64%. Na América Latina, o volume de negócios foi de 123 milhões de dólares, 24,4% a mais que no ano anterior.
“Enquanto nosso negócio internacional continua a crescer e nossa ambição de construir uma marca global também, teremos que nos concentrar em nossos desafios operacionais e entender nosso declínio nas vendas na América do Norte , que foram maiores do que nossas expectativas”, explicou o fundador e CEO da Under Armour, Kevin Plank.
O número de novas lojas inauguradas talvez possa explicar os números. De janeiro a setembro de 2017, a Under Armour abriu 54 lojas pelo mundo. Destas, apenas 16 se encontram nos EUA, o que aumentou a quantidade de lojas da marca na América do Norte para 179. As 38 restantes foram abertas nas outras regiões de exploração da marca e agora somam 101 no total.
A diferença nos números mostra o objetivo atual da marca em crescer fora dos EUA. Na semana passada, a empresa chegou a anunciar que pretende chegar a 1 bilhão de dólares em vendas nas outras regiões, em especial na Europa, até 2020.
No entanto, Kevin Plank e companhia já começaram a quebrar a cabeça para não deixar que o crescimento “fora de casa” crie problemas graves “dentro de casa”.