Uma camisa rasgada a cada quatro dias em média. Essa é a conta que a Nike foi obrigada a reconhecer como correta no ano de sua estreia como fornecedora dos uniformes da NBA em substituição à rival Adidas. Com apenas 20 dias da temporada 2017/2018 em andamento, o problema começou a incomodar a marca, considerada a maior do mundo no setor esportivo.
Nesta segunda-feira (6), a empresa divulgou um comunicado à imprensa, em especial à ESPN, para tentar explicar a situação, mas não sem antes tecer elogios aos uniformes:
“A Nike sempre colocou o atleta no centro de tudo o que fazemos, e trabalhamos duro para criar os uniformes mais avançados da história da NBA. Eles são mais leves e oferecem grande mobilidade e características de evaporação do suor, e os comentários que recebemos dos jogadores foram muito positivos. No entanto, durante os jogos, vimos que um pequeno número de atletas experimentou problemas significativos em suas camisas. Estamos preocupados e trabalhando para implementar uma solução que melhore a resistência da costura das camisas nos jogos. A qualidade e o desempenho dos nossos produtos são de extrema importância e estamos trabalhando com a NBA e as equipes para evitar isso no futuro”, diz o comunicado.
A marca também não deu sorte em termos de visibilidade. As cinco camisas que rasgaram até o momento eram vestidas por jogadores de alto nível – LeBron James (Cleveland Cavaliers), Kevin Love(Cleveland Cavaliers), Tyler Ennis (Los Angeles Lakers), Draymond Green (Golden State Warriors) e Ben Simmons (Philadelphia 76ers). Dessa forma, a exposição foi maior, o que alavancou as críticas de especialistas e também nas redes sociais.
Dentro de quadra, no entanto, nenhum jogador criticou abertamente o problema. O que não se sabe é se os cinco afetados relevaram a situação por não considerarem uma questão de tanta importância ou se não o fizeram por um pedido da Nike, já que, coincidentemente, os cinco são patrocinados pela marca norte-americana.
Na imprensa dos EUA, o mais comum é ver jogadores e membros de comissões técnicas elogiando os uniformes da Nike, tanto o design como o tecido. O design, aliás, é muito parecido com o que já é usado por seleções nacionais desde os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
O problema é que não pega nada bem para a marca, em sua temporada de estreia, substituindo a principal rival, em uma das principais ligas do esporte mundial, que milhões de espectadores vejam suas camisas rasgando durante os jogos. Por isso, a cobrança interna para que esse tipo de situação não se repita é grande.
Apesar do comunicado à imprensa, a empresa ainda não revelou se vai trocar todas as camisas disponíveis para as franquias ou se pretende fazer uma análise e substituir apenas aquelas em que forem detectados possíveis problemas futuros.