Reportagem aqui na Máquina do Esporte mostrou a ação de um site que vendia assinatura para a exibição de jogos do Corinthians. A notícia beira o surreal, já que a pirataria do streaming, prática que remonta há quase uma década no mercado esportivo, agora sofisticou-se a tal ponto de ter gente interessada em pagar para ter acesso a um conteúdo ilegal.
O caso mostra que o streaming é realidade para as pessoas. A banda larga muito mais eficaz e o exemplo de sucesso do Netflix tornaram real o apetite das pessoas em ver TV via internet.
Agora, o mercado precisa entender qual é o potencial do streaming. E entender o comportamento do torcedor no consumo desse tipo de produto.
Um dos erros que começa a existir é a crença de que o streaming garante a popularização de uma modalidade. O conceito é exatamente o oposto. Ele atende o nicho. Afinal, o fã quer ter acesso a qualquer hora e qualquer lugar. O torcedor comum só é impactado quando o conteúdo chega até ele via o meio mais popular, que é a TV. Ter um esporte restrito ao streaming é reduzir o alcance do público a ele.
Outro ponto fundamental é ver qual o potencial de geração de receita pelo streaming. No caso do site pirata corintiano, oferecer um serviço mais barato que o PPV atende a um público que tem interesse em pagar, mas não possui tanta verba disponível (e, claro, não entende que a ação é um crime).
Gasta-se dinheiro para gerar conteúdo via streaming. E, sendo assim, a operação precisa ter o mínimo de rentabilidade para ter algum sentido.
A próxima revolução do mercado de transmissão esportiva é via streaming, como foi na indústria do cinema. É crucial, agora, decifrar esse potencial.